A PRIMEIRA PROFESSORA a gente nunca esquece ...

Escrevemos o texto: A PRIMEIRA ESCOLA a gente nunca esquece... Em 26/05/2010, publicado aqui no Recanto das Letras... Confesso que seria quase impossível selecionar algo e colocar no pódium – Afinal, são tantas coisas que pareceria injustiça dizer que alguma lembrança precederia as demais...

As primeiras lições aconteceram ainda no Sítio Pau–Ferro, próximo ao Sítio Campinhos (Distrito de Vasques) – Parecem muitos detalhes, mas o município tem duas comunidades rurais com o mesmo nome...

Apesar de o primeiro ano ginasial (quinta série) no Ginásio Industrial de Salgueiro (em 1971) ter sido de uma importância ímpar, onde estudava juntamente com o mano Zé Carlos, atualmente num Banco Oficial... A segunda série em 1968 na cidade representou a ruptura entre o universo rural (onde convivia) e, o início da nova fase (na zona urbana)...

Sem menosprezar o ensino rural, muito menos a querida Tia Maria Lira Rocha (in memorian), que ensinou as primeiras letras; Consideramos aquela segunda série de 1968 como a Primeira Escola e respectivamente, a Primeira Professora...

Lembro com carinho que algumas vezes, quando D. Cintô nos pegava conversando com os colegas, ao invés de prestando atenção às aulas, chegava por trás e pedia silencia com o pedacinho de madeira da esponja de apagar o quadro–de–giz...

A melhor de todas as escolas continua sendo a primeira escola que nem mesmo tinha um nome de destaque... De semelhante forma, a PRIMEIRA PROFESSORA, demonstra um estilo que independe do tempo e do espaço...

A PRIMEIRA PROFESSORA (que tive), Tia Lira, nos rincões do sertão rural, demonstraram que ensinar independia de salários – Nunca ouvi Tia Lira reclamar por causa de salário baixo e, conhecendo–a de perto, entendo hoje que éramos pobres (em termos de finanças)...

APRIMEIRA PROFESSORA (que tive na cidade), D. Cintô, também não falava sobre baixo salário... Ela também não fazia parte da classe rica (em termos de finanças)... Contudo, da mesma forma que Tia Lira, demonstrava interesse no que fazia: ENSINAR. Demonstrando, da mesma forma, interesse que cada aluno pudesse APRENDER...

Certamente, isso faz que, o saudosismo tome conta dos mais velhos e, alguns dizem: “Antigamente era melhor!”...

Entendo que nesse sentido, ensinar na perspectiva de formar gente, certamente antigamente era melhor... Em nossos dias, percebemos que, faltam pessoas vocacionadas pra ensinar, na quantidade necessária... Algumas estão ensinando apenas porque não teria sido encaixada em outra área; Mas, vibram quando sabem que haverá algum feriado...

A PRIMEIRA PROFESSORA que tive na cidade continuando viva pra contar a história e, olhe lá que são décadas (desde aquele momento)... Ainda é possível encontrá–la com um sorriso no rosto (e, semelhante a muita gente), passou pelo vale da dor, pelo caminho das pedras... Pra encurtar a história, era viúva e tinha cinco filhos pra criar...

Nesse sentido, queremos dizer a quem esteja ensinando aos que são alunos pela primeira vez, que a caminhada está apenas no início... Haverá pedras no caminho... Mas, se não houver vocação, evite permanecer no caminho e mude de estrada...

Somente quem seja verdadeiramente vocacionado pra o ensino, (homem ou mulher), conseguirá encontrar pelas esquinas da vida, algum aluno ou aluna que lembre de você como sendo o PRIMEIRO ou a PRIMEIRA PROFESSORA (ou professor)...

Temos mais tempo de bancos de escola que, alguns leitores (as) de vida... Mas, apesar de lembrar de todos, a PRIMEIRA PROFESSORA continuará no pódium pelas escolas da vida...

Chagas dhu Sertão
Enviado por Chagas dhu Sertão em 27/05/2010
Reeditado em 27/05/2010
Código do texto: T2282404
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