Hoje faz um ano...

Hoje faz um ano que tomei a terceira decisão mais importante da minha vida

A primeira foi decidir me casar e a segunda ter filhos...

Já há algum tempo notava que os sentimentos se esvaiam

Notava que as emoções já não eram mais como antes

Até certo ponto normal pra treze anos de convivência

Mas notei também que já não era mais notada

Meu mundo e o dele ficavam cada vez mais distantes

Não tinha mais sentido, não fazia mais sentido

Não caminhávamos na mesma direção

Nossos rumos eram opostos em tudo

Crenças, costumes, até mesmo a maneira de encararmos a vida

Encarei então aquela insustentável situação e optei pela sinceridade

Ali começou minha árdua jornada...

O senso comum ilusiona uma serie de mentiras, de intrigas...

Porque será que as pessoas apenas não aceitam?

Aceitam que cada um é responsável pela própria felicidade

E podem alias, devem ir atrás dela...

Porque é tão mais fácil tomar conta da vida alheia, a olhar pra dentro de si?

Em resumo, me arrumaram amantes, me tiraram como louca,

Até mesmo dos meus filhos acharam que eu abriria mão...

Louco é aquele que se presta a viver uma vida inútil de aparência vã

Louco é aquele que não tem coragem de expressar seus sentimentos

Louco é aquele que por medo da pedra atirada não constrói seu castelo com elas

A minha insanidade é o que eu atribuo à normalidade

Porque eu acredito, em gente sincera, eu acredito na felicidade PRÓPRIA a qualquer custo

Eu acredito que a verdade por mais dolorida, é melhor que a mentira ornamentada

Eu acredito num mundo onde as pessoas têm sua intimidade respeitada

Porque muitas vezes os lobos se travestem de vovozinhas

E por fim que, entre quatro paredes só os envolvidos conhecem a cena.

Vivi a era do desapego...desapego material e carnal

Deixei pra trás toda uma vida, em nome de uma única busca...SER FELIZ.

Esse desapego me abriu os olhos, claramente fui enxergando...

Enxergando a sutil diferença, entre amigos e oportunistas

Matei um leão por dia, mas antes dei de comer a cada um deles

Senti-me inundada de amor por poucas vezes e por muitas, inundada de solidão

Senti o que era ser uma estranha no ninho, sem ninho, sem teto e sem chão

Hoje um ano depois, escrevo em prosa com orgulho à minha determinação

Orgulho-me da minha reconstrução material, moral e sentimental

Mas do que mais me orgulho mesmo é da minha coragem e determinação

Aquele vazio de alma que eu sentia ao lado de quem já não mais amava, deu vazão

A um amor próprio infinito, consciente, presente e preenchido

Voltei a ser vibrante e errante...sempre errante

Até porque não tenho a pretensão de acertar sempre

Voltei simplesmente a ser eu mesma, impulsiva e impulsionada por essa tal FELICIDADE

Felicidade requisitada, aguardada e querida

Passo a passo é nesse caminho que vou...

Almejando antes de mais nada a paz e o bem estar dos meus filhos.

No coração, nenhuma mágoa ou dor, também nenhum vazio

Apenas uma lacuna a espera de preenchimento...alias

Preenchimento não, encaixe...essa é a palavra

Não acredito que ninguém seja capaz de preencher outro alguém, somos inteiros

Não acredito no PRA SEMPRE, nem no ATE A MORTE NOS SEPARE

Acredito sim que o encaixe completa, reage e preenche, infinitamente enquanto durar

Não me entendam como incrédula no amor,

Mas o amor que eu acredito não é mais do conto de fadas

Eu acredito no amor real, sem mascaras, eu acredito no verdadeiro amor

Aquele que a gente não precisa provar a ninguém apenas a nós mesmos.

Aqui eu deixo meus agradecimentos sinceros às poucas, mas indispensáveis pessoas que estiveram e sempre estarão ao meu lado, acreditando no meu direito de SER FELIZ.

By Cris por mim mesma

By Cris por mim mesma
Enviado por By Cris por mim mesma em 14/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1383719
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.