AGRADECIMENTO À VIDA E AOS AMIGOS POETAS E POETISAS!

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Amigos poetas e poetisas:

há quase quarenta e cinco anos atrás faltou-nos mãos abençoadas de um médico para minimizar o sofrimento de minha amantíssima mãe que fora desesperançada pelo farmacêutico, mais conhecido como Parteiro, da pequenina Campo Florido, minha cidade Natal, no episódio que dói em minha alma todas as vezes que o fato me vem à lembrança que é o dia do meu nascimento, 31.12.63.

Talvez seja estranha
esta realidade para muitos ou até para todos, mas neste momento não posso deixar de correlacionar os fatos coincidentes:

O nascimento por um gesto caritativo do Criador – o Médico de todos nós – e pelo sofrimento em face da ausência de profissional naquele momento e, nesta hora, depois de 45 anos, 04 dias, ser envolvido por tantas emoções nascidas pelas mãos de tantos amigos que teceram letras na tentativa de felicitar-me. Tenho a absoluta certeza que os Amigos devem ter como convicção nos seus corações a missão do poeta que tem a premissa de confiar em Deus com a fé simples de uma criança para reconhecer o privilégio que Ele lhes concedeu para aliviar um pouco do sofrimento dos seus semelhantes em forma de versos.

Sei que não
conseguirei me expressar por meio das insignificantes palavras existentes no rol do vernáculo, mas neste singelo enredo e por saber qual é a diferença que faz um homem cristão na convivência do dia-a-dia, a enorme falta que faz um Servo de Deus em nossas vidas, quero em nome de todos aqueles que me presentearam homenagear todos os Poetas do Brasil e do mundo.

Para não deixar
inconclusa a história inicial sobre a ausência de um médico no meu nascimento, vou findar este enredo com poucas palavras: minha amável mãe entrou em trabalho de parto as 10 horas da manhã do dia 31 de dezembro e poucas horas depois começou a hemorragia que persistiu até as 23h50min daquele dia, mas fora deixada pelo Parteiro Oficial da Pequenina Campo Florido às 20 horas daquela noite dizendo para o meu genitor que não havia mais esperança alguma para nenhum dos indivíduos, a minha mãe e a criança ainda no seu ventre... enfim, com um grupo de rezadoras tão comum no interior, continuaram as preces e, por um gesto de uma delas, fizeram uma promessa CONFIANDO AO GRANDE MÉDICO DO ESPAÇO AS NOSSAS VIDAS e, com um copo d’água que fez estancar a hemorragia, vi a luz e chorei de alegria com o primeiro sinal de vida. Por fim, o Parteiro nunca mais conseguiu fazer outro parto e a Amiga familiar que banhou minha mãe com o copo d’água, também, jamais conseguiu se desvencilhar da dor no peito.

Desde então
, tem sido assim os meus anos idos. Muita luta, mas uma fé fervorosa em nosso Pai Maior, pois Ele sabe tudo aquilo que devemos enfrentar e se estamos para a luta não devemos esmorecer. Mantenho a opinião de que mais vale um bom combate do que a fuga pelo medo de não ser vitorioso.
 
Nessa labuta diária, no enfrentamento das adversidades tenho vencido os percalços do cotidiano com a Fé em Deus que me foi apresentada pelos meus pais Aparecido e Dalva.
 
Sou-lhes grato meus amados pais por terem tido a coragem de me permitir vir para este copo corporal e existir! Sinto-os presentes neste momento com os eflúvios das orações que sopram meu coração.

A luz que
descortina vinda do seu amor me transforma a cada momento... por Cristo, por vocês existirem em mim, pelos meus irmãos e familiares e pelo meu amantíssimo filho ARTHUR - irmão em Deus - que tanta alegria me revigora, por você PATRÍCIA que tanta compreensão me dispensa nesta caminhada e que tanto conforto exala... meus amores eternos, existir é dádiva plena quando tudo isso regozija em suaves cânticos num contexto tão íntimo de um lar que pulula sempre o amor!
 
A vocês Amigos Poetas que tem a missão de salvar almas e de dar vida aos espíritos desalentados e que insculpem na história da vida tantas oportunidades com o esforço incansável de POETAS DA VIDA que exemplifica a minha história de nascimento, NASCI SOB AS LINHAS DO DESTINO POR UM GESTO DIVINO, que Jesus lhes coroem com a sua luz Excelsa, pois, pela inexatidão que as palavras alcançam, posso apenas reconhecer os seus gestos que tanta alegria me proporciona e por mais que eu tentasse bordá-las e extraindo-as do nosso vernáculo elas não teriam o alcance necessário para exprimir a minha eterna gratidão.

Agradeço, também,
aos amigos que tanto entusiasmo dispensam no dia-a-dia, encorajando-me a não esmorecer nos reveses da vida.

Sempre surgem
dois caminhos em nossas vidas e isto é a todo momento. Por saber que por apenas um poderei seguir, imponho à minha consciência fazer a opção por aquele que propicia o melhor para o geral mesmo que esta decisão faça surgir o sofrimento para o meu egocêntrico mundo, pois somos quase todos assim, mas empreendo os mais vigorantes esforços pela certeza que jamais estou e jamais fui abandonado pelo Grande Arquiteto do Universo, desde o meu nascimento. Os fardos pesados são na proporção da nossa capacidade de transporte e por maior solicitação que eles tenham feito nesta vida vivida, em tempo algum, curvei-me com o desânimo ou com proposição de reclamar que estivesse a merecer aquilo que não fosse justo.

Não escolhemos
o lugar onde nascer e por isso tenho o dever de amar as minhas origens, mas, por outro lado, pude escolher o lugar onde morar, onde laborar, onde habitar com a minha família... a Paraíba é o Estado que escolhi para viver, aqui fui acolhido como filho desde o primeiro dia que cheguei a João Pessoa e Cabedelo e esta empatia começou a nascer com o propósito altruísta de ver o nosso Estado ocupar indicadores mais nobres e para isso fiz o que sempre fiz em todos os lugares por onde pude servir: trabalhar, trabalhar e trabalhar.
 
Tudo nesta vida depende do ponto de referência de quem éramos, onde estamos e no que queremos e devemos nos tornar.
 
Somos imperfeitos, todos nós estamos na transição, todo movimento gera conflitos por mexer e movimentar espaços, somos indivíduos repletos pelo foco da partida e da chegada, da subida ou da descida, pois todo movimento nascido declara o que fomos e o que fizemos para o bem comum... tudo é passageiro e, por isso, não soframos pelo apressado tempo de alguns... estamos e isto é o que pode fazer a diferença quando sabemos que tudo é momentâneo e efêmero. Quem não sabe viver o agora carrega o sofrimento do passado e a impossibilidade do amanhã.
 
Devemos passar por essa vida cheia de desafios e com os resultados de perdas e de vitórias, impondo a mesma visão do olhar de criança: carregado de esperança e gratidão por cada novo aprendizado que a vida nos oferece.
 
No histórico desta minha lide insisto para que os meus rastros sejam significantes e para isso cuido de cada um deles, mas, entretanto, não posso desprezar a lembrança de que incômodos tenha causado, por ter feito a opção de sempre caminhar com o propósito saudável de fazer pelo comum priorizando aquilo que atenda melhor os anseios do coletivo.

A premissa
que assevera estas linhas que escrevo como indivíduo é a bússola da fé que norteia as minhas decisões, as minhas ações e a minha entrega, pois só podemos doar parte daquilo que somos possuidores e quem nada tem nada pode dar.

Sabedor que
sou que Cristo é o caminho, a verdade e o exemplo de vida, faço exame permanentemente em minha consciência, pois ela me solicita a retidão e a luta incessante para melhorar o mundo.

Nesta vida
só podemos contar com o presente, pois o ontem é passado e o futuro é a nossa única incerteza e, por isso, o silogismo que adoto é viver com responsabilidade todos os segundos numa entrega absoluta perseguindo o ideal cristão de ser e não apenas estar em papéis sociais que tanto sofrer causa às almas aflitas.

Ambígua é a vida
quando nos firmamos na pequenez dos pobres de espíritos, pois esta é a lastimável pobreza, aliás, a pior que pode existir entre os homens.

Devemos cuidar melhor
daquilo que a prerrogativa do zelo nos solicita e assim tudo estará conforme se espera.

A ausência do conhecimento
é sofrível viver. Por isso e, por não ser afeto ao sofrer, busco beber o liquido dos ensinamentos compreendendo que não seja tarefa tão fácil, pois conhecer desmistifica velhos conceitos e preconceitos impregnados no rol dos anos idos e exige atitudes que impõe exclusão, inclusive de coisas e até de pessoas que não conseguem plasmar o que professamos ser certo.

Outros embates
irão surgir e não fugirei deles e tudo que nascer em face desses encontros não entenderei como humilhação, pois elas não existem, como mesmo apõe Clarice Lispector: “nós é que não somos humildes e desentendemos as supostas agressões dos nossos opositores”. Tudo que surge como forma de repensar é a motivação carecida que devemos aceitar como ferramenta adequada para iniciarmos a reforma íntima tão necessária para as nossas almas e para cada um de nós. Precisamos, nestes moldes, escrever a nossa história prestando diariamente contas à nossa consciência e à Deus.

Não se separa
o homem daquilo que ele faz e, com isso, ele passa a ser o que desenvolve no seu dia-a-dia, em sua trajetória. Por isso, ajunto uma letra às outras tentando imprimir um sopro de vida nesta reunião de anos idos... pois as esperas, os encontros e mesmo os desencontros, os amores ou aqueles chamados de desamores, as pegadas, os arranhões e as cicatrizes... todas essas lembranças não podem sangrar mais!

Neste momento, especial e novo, deixo as lembranças
e as saudades se misturarem em meu peito rogando a Deus que eu possa me melhorar a cada passo para auxiliar aqueles que me buscam como alternativa de lenitivo e encorajamento de vida!

Sei o
suficiente para não insistir querendo coisas velhas e tampouco coisas inusitadas distantes do meu agora!

Sei o
bastante para não escavar profundamente para enterrar meus passos e minha vida!

Conheço
as minhas limitações para não repeti-las quando forem assinaladas com o aceno da incerteza!

Por mais
que eu tente conhecer sobre o grande enigma de viver, ainda sei muito pouco sobre ele para me atrever e ir professando conhecer em demasia esta arte que é viver... pois tudo deve ser como fruto que amadurece ao tempo, na hora certa!

Sem pressa
atraquei meu barco aqui!

Quisera viver depressa
, mas o relógio Divino me fez entender que nem tudo podia ser feito, mas muitas coisas puderam acontecer em sintonia com o que eu pude oferecer!

Temos
o que damos e olhamos apenas para quem nos olha!... Então, nos olhemos, pois para sermos amados é preciso amar sem tanto esperar!

O riso
surge naturalmente nos lábios quando a alma é grande e as mãos gesticulam quando temos vontade de servir!

Ser feliz
é situação de foco, por isso sintonizo aquilo que me facilita a alegria!

O grande
homem é aquele que sabe estar pequeno para não atropelar e não transgredir!...

Tentemos nos
desacostumarmos da mesmice existente em tantos indivíduos... podemos tudo e para isso, basta sonhar!...

Foco
o que poderá ser e jamais as impossibilidades, embora eu viva por elas, pois o que vivo já são as possibilidades!... de outra forma sabemos de todas possibilidades irrealizáveis e se insistimos nelas é por pura imaturidade!

Miremos um rumo
e sigamos a marcha e mesmo assim haveremos de encontrar pedras e agulhas pelos caminhos, mas tudo isto não terá valia, pois com o propósito altruísta de vencer, as agulhas se enferrujam e se quebram, e as pedras que à primeira impressão nos assustam, servirão de alicerces para a edificação de um mundo melhor.

Não esmoreçamos
ao encontrar os tantos empecilhos impostos pelas raízes maléficas que tantas tristezas nos causam, mas sejamos firmes porque somente os fortes lutam para ocuparem um lugar à sombra, pois o nosso lugar sob o sol já está assegurado.

Luto sempre e
os meus embates são de primeira ordem por lutar muito comigo tentando derrotar as minhas imperfeições! Isso não me enfraquece!... Luto sempre porque elas vão e novas surgem em face das fraquezas inerentes às nossas próprias insatisfações!... Substancias presentes em cada um de nós!

O mundo
me sorriu outra vez há muitas décadas idas!... Deram-me a luz e me segurei a ela...

Tenho a convicção
que toda luta tem um preço, sei também que alguns deles são cruéis, mas tudo isso constitui condição imperativa para o nosso crescimento.

Não podemos
viver com o foco em nosso pequeno mundo, pois existe um mundo lá fora carecendo de afetividade, desprendimento, solidariedade... em vários lugares deste Estado tem pessoas em leitos estirados em profunda dor e que dariam tudo de suas vidas para terem apenas pequena parte do que temos, mas que seriam o dobro mais felizes do que muitos de nós.

Percebo
e sinto que muitas vezes dormimos com o inimigo mais difícil de ser combatido: nós mesmos... por isso é preciso acender o sol dos nossos corações para que possamos iluminar os caminhos que nos conduzam ao bem comum!

Obrigado amigos Poetas/Poetisas
por reconhecerem o meu esforço na tentativa de me melhorar e de auxiliar o mundo, de fazer desta vida linhas redentoras para o lenitivo de seguir o curso desta infinita caminhada.

©Balsa Melo

04.01.09
Paraíba - Brasil
BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO)
Enviado por BALSA MELO (POETA DA SOLIDÃO) em 04/01/2009
Reeditado em 29/12/2009
Código do texto: T1367325
Classificação de conteúdo: seguro
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