AINDA SOBRE O AMOR

Certa feita perguntaram a Jesus sobre a essência dos mandamentos e o mestre sintetizou o decálogo em dois grandes mandamentos, ou seja, amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo.

Não é a toa que o símbolo mais conhecido do Cristianismo seja a cruz. A cruz é formada por dois segmentos de reta cruzados um no sentido vertical e um no horizontal. Essa formação tem algo a nos dizer.

Espiritualmente, nos relacionamos com Deus (relacionamento vertical) e no mundo material, nossos relacionamentos são horizontalizados, ou seja, nos relacionamos com nossos semelhantes.

A qualidade desse relacionamento é ditada pelo sentimento que abrigamos dentro de nós e até mesmo, do tipo de valor que damos a nós mesmos. Se nos amamos, se valorizamos nossa vida e nossos sentimentos, temos razão para amar o nosso próximo como a nós mesmos.

O Evangelho traz uma parábola que narra uma linda experiência. Um viajante, oriundo de uma terra cujos habitantes não se davam com os judeus, passava por uma estrada e nela viu caído, quase morto, um judeu. Dois judeus passaram antes e não acudiram, mas o samaritano, cuidou dos ferimentos do homem que havia sido atacado por salteadores e após prestar-lhe os primeiros socorros, pôs o ferido sobre sua cavalgadura e o levou até uma estalagem e lá recomendou que o estalajadeiro cuidasse do homem e quando voltasse da viagem, pagaria todas as despesas.

É uma passagem que emociona, pois demonstra que devemos ser movidos por esse amor que o evangelho recomenda. Um outro trecho diz que se nós dissermos que amamos a Deus mas odiamos o nosso irmão, mentimos e na verdade, o amor de Deus não está em nós. Se não amamos ao nosso próximo que vemos, como poderemos amar a Deus a quem não vemos?

Poderíamos dizer que todos os demais mandamentos decorrem ou do amor a Deus, ou do amor ao próximo.  Em tudo o que fazemos devemos fazer com amor, pois tudo o que é feito com amor acaba sendo bem feito. 

Faz-me lembrar daquela religiosa que cuidava de leprosos numa ilha do Pacífico. Um milionário texano vendo-a cuidar daqueles leprosos exclamou: “Eu não faria isso por dinheiro nenhum do mundo!” A religiosa respondeu de forma sábia: “Eu também não, meu filho.”

Você já pensou se cada habitante da terra amasse o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas?