DESPIDA
Se me lêem, despem-me.
Sinto-me assim, despida, e confesso, feliz. Quem não?
Vários olhos percorrem-me a alma, várias bocas recitam-me, e várias mãos comentam-me...
Mentes que me pensam, corações que me sentem... mouses que me clicam, tocando-me a intimidade!
Assim, exponho-me e faço-me presente, sentindo presentes em mim, meus bons amantes...
Sacio-me, respiro fundo e, relaxada, acendo um cigarro.
Volto a vestir-me e mais uma vez, despem-me! Refaço o caminho de volta ao êxtase. Como sempre, tenho o que espero, porque meus amantes são bons na arte de despir-me e amar-me.
E sigo em frente, amando e sendo amada, despida e confortável, na farta cama: POESIA!
Sacio e sacio-me!...