Inimigo
Inimigo
Maria da Graça Almeida
Não sou visionária,
mas a luz ordinária,
da rua expressa,
o medo me apressa!
E bons semelhantes,
caminhantes de rua,
camuflam inimigos,
na sede perdidos.
Se ao menos eles fossem,
gigantes algozes,
ou bichos ferozes,
explicariam o medo,
que eu trago em segredo!
Mas é triste a história,
quando na trajetória,
nem mesmo fantasmas,
assombram minh´alma.
E esse humano,
demente, insano,
é o tal inimigo,
que indicia o perigo.
É novo, esse bicho,
sanguinário e com fome;
é bicho vizinho,
que tem sobrenome!
E com toda certeza,
essa fera com fome,
foi, somente, um dia,
ingenuamente, um homem...