COMO VIVER A DOIS

COMO VIVER A DOIS

Marcial Salaverry

Quando duas pessoas se conhecem, e se sentem atraídas, logo começam a namorar, que é uma fase linda gostosa, onde os desejos são ordens. Sempre procuram agradar-se mutuamente.

Nos encontros marcados, sempre se apresentam bem arrumados, preparados para os encontros. Ninguém quer decepcionar ninguém.

São sempre gentis, o que mais escuta em suas conversas, é o tradicional: Onde vc quer ir, meu bem? Ah! Vc é quem sabe... onde vc quiser..." Sempre muito solícitos....

Formam um par perfeito. Como eles se entendem bem... é o consenso geral. Será que é tudo isso mesmo?

Passo seguinte, casamento. Festa. Lua de Mel. Primeiros tempos, sempre aquele mar de rosas, continuação do namoro, dos desejos satisfeitos, das vontades solicitadas, dos dengos, dos carinhos. Mas já aqui começam a aparecer as primeiras divergências, as primeiras arestas a serem aparadas... e é aí que a porca começa a torcer o rabo, começando o amor a provar-se e a provar a que veio. São tantas as uniões que terminam nessa fase... por pequenas divergências mal resolvidas...

Depois começa a fase mais importante. A convivência. É nessa fase crítica, que a união ou se solidifica ou se esboroa. É quando se descobrem, e nessa fase de descobertas da real personalidade de cada um, é que se pode descobrir se ambos se amam realmente, ou se simplesmente se gostavam, se sentiram atraídos. Tão somente com a convivência que se pode determinar esse pormenor (ou seria "pormaior?" É muito importante essa fase...)

Claro que divergências tem que existir, pois são duas personalidades diferentes. Elas devem e podem ser acertadas. Para tanto é importante que haja muito diálogo entre o casal. É através do diálogo que se poderão conhecer intimamente. Que poderão se descobrir, e aparar as arestas, antes que elas machuquem. Se não o fizerem quando começar a aparecer, depois poderá ser tarde demais.

Devem, através do diálogo, aprender a se conhecer e a se respeitar. O espaço de cada um deve ser sempre mantido. Existem limites que não devem ser ultrapassados. Se houver Amor mesmo, tudo será superado e acertado, permitindo uma convivência longa e feliz. Vejam que pensamento feliz que minha querida L'Inconnue (é a irmã do L'Inconnu) nos trouxe hoje:

É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios...

É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar...

É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração...

É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor...

É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!

Aí está o verdadeiro segredo da convivência. Tem-se não somente que interpretar as palavras que são trocadas, mas também saber "escutar" os silêncios. Muitas coisas são ditas quando não são faladas. Esses silêncios devem ser interpretados e conversados, pois o calar-se nem sempre é consentir. Muitas vezes quando alguém se cala pode ser sinal de divergências sérias, o que poderá atrapalhar o relacionamento. Para isso é importante sempre haver um diálogo franco, honesto e aberto. Muitas vezes queremos ouvir de nossa parceria "Eu te amo"... acontece que cada pessoa tem uma maneira diferente de dizê-lo. Haja capacidade de interpretação... Muitas vezes uma declaração de amor pode estar contida em certas atitudes, em certos cuidados, e não nas palavras que tanto desejamos ouvir.

Caminhar ao lado de alguém é uma coisa... Saber encontrar sua alma é outra. Precisamos sempre conhecer bem a alma de nossa parceria, para que seja uma real parceria, e não apenas uma dupla. Esse é outro segredo da convivência. Procurar conhecer bem a alma um do outro. Para saber até onde vão os limites de cada um. E respeitá-los.

Beijar é fácil. Beija-se por amizade, por carinho, por amor. Beijos superficiais. Agora o verdadeiro beijo, aquele que abre a alma, é o beijo que passa dos limites da epiderme e chega ao âmago do coração. Esse é o beijo que pode selar um amor de verdade. É no beijo que se transmite o amor.

Um aperto de mãos é simples. Até entre inimigos se troca. Mas é aquele aperto frio, que uma vez trocado é esquecido. Agora aquele aperto caloroso, aquele que indica não apenas o "Como vai você", como também, e principalmente, o "Pode contar comigo", é aquele aperto trocado com calor, com amizade. É aquele calor que o caminhar de mãos dadas confere aos bons relacionamentos. A importância de se caminhar "de mãos dadas" é muito grande... determina a confiança e o carinho que existe entre os parceiros.

Enfim crianças não é fácil, nem é difícil descobrir "Como Viver a Dois" . Basta ter ao lado a companhia ideal, e saber conservá-la, e para tanto, há que se ter o equilíbrio entre o que se quer, e o que se pode fazer.

Para continuarmos com nosso bom entendimento, desejo a todos UM LINDO DIA.

Para uma saudável convivência,

Há que se aproveitar a vivência...

Vivamos com paciência...

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 02/04/2005
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