Filmando os estados da alma

O que veríamos se pudéssemos filmar nossos "estados interiores"?

Folheando determinada revista, encontrei uma foto muito sugestiva. Era um flash de uma avenida movimentada. As pessoas estampavam no rosto estranha expressão de ansiedade, de medo evidente. Olhavam fixamente para algo insólito, apavorante, que não aparecia na fotografia, mas parecia ser o foco dessa tensão generalizada. O que estariam observando de forma tão inquieta? Ao pé da foto, lia-se: "Pessoas observando o semáforo, com intuito de atravessar avenida metropolitana".

Diante de tal quadro podemos nos perguntar: o que estaria provocando essa inquietação inusitada ante algo tão inofensivo quanto um semáforo? Que motivos teriam aquelas pessoas para correrem atônitas pela vida?

Se pudéssemos filmar nossos "estados da alma" - momentos de equilíbrio, serenidade, alegria, amor, esperança, coragem, e outros de apreensão, insegurança, medo, indecisão, ansiedade, desespero -, eles seriam revelados. Portanto, não são os semáforos externos que nos apavoram e, sim, os internos.

A "angústia existencial" (ou "depressão"), mal que assola a humanidade nos dias atuais, é resultado da desagregação do sentido da vida. Para superá-la, precisamos recuperar tal sentido, que é uma das necessidades primordiais do ser humano.

Recuperamos o sentido da vida na medida em que praticamos o desapego do que é efêmero e mergulhamos nas profundezas de nossa essência, valorizando-nos; expressando nossos talentos em prol do bem coletivo; cumprindo nossas missões neste planeta;sendo instrumentos de fé, paz, amor, esperança, coragem, persistência e determinação nas mão hábeis de um Deus profundamente amoroso que é Pai, e "muito Pai", nosso.


Somos livres e, consequentemente, responsáveis pelas projeções autobiográficas que lançamos nas telas do universo.

Fonte: Orvalho para a alma - Litteris Editora-RJ