DEUS SABE O QUE FAZ!
Havia um rei justo e bondoso que contava sempre com a ajuda do seu
primeiro ministro que era um homem bom e sábio, e sempre dizia que a
felicidade reinava porque existia um Deus bom e justo, que sempre fazia
o que era melhor para todos. O rei seguia os passos de sabedoria do seu
primeiro ministro que sempre dizia: "tudo que Deus faz é bom..." Essas
palavras faziam com que o rei fosse sensato e bondoso para com os seus
súditos e subordinados.
O rei tinha dois passatempos diários. Um, era trabalhar com madeira,
fazendo talhas e esculturas e o outro era cavalgar pela floresta todas as
manhãs, em companhia de seu primeiro ministro.
O rei sempre procurava explicações para suas aflições e nessas saídas
diárias, em companhia de seu sábio primeiro ministro, ele encontrava
conforto para seu coração, muitas vezes cheio de dúvidas e preocupações.
Um dia, serrando madeira, inesperadamente, a serra decepou seu dedo
indicador. Desesperado e aflito, mandou chamar seu primeiro ministro que
disse: "tudo que Deus faz é bom".
Ao ouvir tamanha afronta, o rei, irado e desconsolado, mandou que os
guardas o levassem para a prisão. Depois do acidente, a vida do rei ficou
diferente. Não tinha ninguém para conversar.
Cavalgava todas as manhãs, só que agora ia sozinho.
Um belo dia, foi aprisionado por índios selvagens. Levado para a tribo,
amarrado e assustado, a única coisa que o rei poderia fazer era rezar.
Chegando à tribo tambores e chocalhos soavam, índios pintados dançavam
em volta de um altar, onde um sacerdote permanecia sentado em completo
transe...Era uma grandiosa festa de sacrifício aos Deuses dos índios.
Enquanto dançava ao redor do altar, o sacerdote observou que o rei não
possuía um dos dedos da mão. Irado e frustrado, ordenou que o rei fosse
libertado, pois um ser incompleto não poderia ser oferecido como alimento
aos deuses.
Após ser libertado, o rei voltou ao castelo. Enquanto caminhava pela
floresta, pensava sobre o que havia acontecido: "realmente tudo que Deus
faz é bom". Se não tivesse perdido um dedo, teria perdido a vida.
Seria este Deus justo apenas para o rei e não para seus súditos?
Chegando ao castelo, o rei ordenou que o primeiro ministro fosse solto e
trazido a sua presença. Afinal, era impossível para ele entender o motivo
pelo qual Deus havia sido tão injusto com um homem tão bondoso. Ao vê-lo, o
rei contou o que havia acontecido pela manhã e falou: "agora compreendo que
perdi um dedo, mas em compensação não perdi a minha vida. No entanto, não
entendo porque Deus não foi benevolente com você que ficou preso. O sábio e
paciente amigo então lhe respondeu: "vossa alteza se esqueceu que tínhamos
o costume de cavalgar juntos todas as manhãs? Afinal, eu tenho todos os
meus dedos..." Deus faz coisas que, em determinados momentos, não podemos
compreender e as julgamos erradas, mas no futuro entenderemos que foram em
nosso próprio benefício. Se tivesse na sua companhia teria sido eu o prato
do dia oferecido aos deuses. Afinal, "tudo que Deus faz é bom..."
desconheço autoria
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