CONFITEOR

 

 

                   Confesso para os devidos fins e a quem interessar possa que:

Em recolhimento e diante do meu tribunal íntimo, verifico que não existe reclames de culpa ou algum resquício de algo ilícito, que possa ter transgredido a minha feitura de fidelidade.

A minha consciência, esse tribunal imponderável permanece tão inocente, claro e puro como o de uma criança, assim como quando ela sonha as suas lendas infantis, conversando e namorando as suas fadinhas encantadas.

Confesso sim que existem algumas sombras, mas que não chegam a me atormentar, estou falando da existência de certa culpa por não ter feito tanto bem, o quanto e quando podia ao meu próximo e amado muito mais aos meus semelhantes.

Entretanto, na minha juventude madura, eu confesso que por imaturidade de caráter e por falta de amor, eu traí.

Ah como eu trai!

Mas como tudo na vida é um bumerangue vai e volta, ou um espelho que a tudo reflete, eu senti na própria carne os efeitos deletérios da traição, pois fui pago na mesma moeda.

Assim por ter sido jubilado na universidade da vida, onde se aprende os verdadeiros mistérios desse evento divino, eu confesso que me retratei comigo mesmo e me transformei num guarda costas da minha própria consciência.

Graças a isso, hoje eu sou um escudeiro dos meus sentimentos, portanto um cão fiel.

Aprendi também que a vida é um mistério para ser plenamente vivido.

Acrescento ainda que, os pensamentos geram sentimentos, que geram palavras e até atitudes.

Não importa se são sobre algo real ou apenas imaginário.

O que importa realmente é que, os pensamentos influenciam profundamente a nossa qualidade de vida.

Obrigado meu Deus por ser humano e não pretender à perfeição, embora a busque, mas eu seria um herege se ansiasse por ela.

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 30/01/2008
Reeditado em 31/01/2008
Código do texto: T839594