AO RECANTO E A PATRICK EU DIRIA AS MESMAS PALAVRAS...

----- Original Message -----

From: "Marco Antonio de Sousa Bastos" <marcobastos2001@ yahoo.com. br>

To: <ecos_da_poesia@ yahoogrupos. com.br>

Sent: Saturday, January 26, 2008 2:32 PM

Subject: [ecos_da_poesia] Re: AOS POETAS MEMBROS DO GRUPO ECOS DA POESIA

-------------------------------------------------------------------

Prezado amigo, Victor Jerônimo, bom dia.

Antes dos comentários que teço, cumprimento-o pela obra feita, dando-lhe os parabéns pelo seu trabalho, extensivos também à Mercedes Pordeus.

Considero que o que mais e melhor caracteriza o Ecos_da_Poesia é a

QUALIDADE do que aqui é feito. A Organização do Site, a sua

seriedade e simplicidade "espartana ou, talvez melhor, franciscana"

reflete a postura estética e os valores intelectuais de quem confia

no conteúdo mais que nos acessórios e enfeites que normalmente são

usados para dissimular, em outros sítios, o vazio do conteúdo. E

isso não acontece espontaneamente. Esse "partido" demonstra a

inteligência e a honestidade cultural de quem estabelece critérios

para editar as obras que edita e para construir o "espaço" em

construção - "nada está mudado, está mudando!". O Ecos_da_Poesia é

de uma beleza enorme - parece um Modigliani, na simplicidade das

linhas e na harmonia das cores. Também é completo no tratamento dos

temas, poesia, prosa, música e imagem.

Mas sinto nas palavras do amigo um certo amargor. Acontece Victor

que vivemos em uma sociedade que prioriza quantidade em detrimento

de qualidade, o "ter" tendo primazia sobre, e contrapondo- se

ao "ser". Cultuamos o "gigantismo" em tudo, como se isso fosse

sinônimo de sucesso, de aceitação e referencial de qualidade. Disso

resulta que "crescimento" nos pareça "melhor" que "desenvolvimento"

e a humanidade caminha em direção ao "consumismo" desenfreado - e

restrito à uma pequena parcela da população! - um mundo super-

povoado esgotando os recursos da própria Natureza, os povos

proliferando irresponsavelmente e multiplicando marginalização e

marginalidade, exclusão, ignorância e precariedade. Somente

um "Império do Efêmero" é compatível com tal (E)estado de coisas -

um mundo que não pode desconcentrar a renda sob pena de exaurir os

recursos naturais e implodir o planeta. A cobra engolindo o próprio

rabo!

Diante dessas contradições e somente pela antítese ao "small is

beautiful" em que acredito, compreendo a sua angústia: é pela

difusão da educação e do conhecimento, pela preservação da Cultura,

que ainda se pode reverter tendências dramáticas. E mais uma vez o

parabenizo, dessa vez por valorizar o "crescimento" .

E passou-me pela cabeça um pensamento: talvez o homem que mais ama seja aquele que menos parece amar.

abraços.

Marco.

------------------------------------------------------------------

--- Em ecos_da_poesia@ yahoogrupos. com.br, "Victor Jeronimo"

<victor_jeronimo@ ...> escreveu

>

>

> AOS POETAS MEMBROS DO GRUPO ECOS DA POESIA

>

>

-------------------------------------------------------------------

Página de Marco Bastos no Ecos_da_Poesia

http://ecosdapoesia.net/autores/marco_bastos.htm

-------------------------------------------------------------------