A imaginação: a louca da casa

A imaginação é a louca da casa. Enquanto a razão organiza os móveis, ela empilha cadeiras no teto. Enquanto a lógica tranca as janelas, ela abre portas para jardins que nunca existiram. Ela corre descalça pelos corredores da mente, rindo de limites, pintando as paredes da alma com cores que ninguém viu.

Se a vida fosse uma casa, a imaginação seria aquela moradora inquieta que, na calada da noite, arrasta os móveis da memória e dança com os sonhos. Ela não pede licença para entrar; se instala, bagunça, reinventa. É a que sussurra histórias no ouvido do silêncio, a que transforma sombras em dragões e nuvens em navios prontos para zarpar.

E que casa triste seria a nossa sem essa loucura divina! Sem a imaginação, os cômodos seriam frios, as portas fechadas, e as janelas jamais se abririam para o infinito. Ela nos faz arquitetos do impossível, exploradores do nunca antes pensado, poetas de mundos que só existem porque alguém ousou imaginá-los.

Sim, a imaginação é a louca da casa. Mas é essa loucura que colore a existência, que desafia o real, que nos faz lembrar que, por trás da rigidez da razão, há sempre um espaço para o voo.

Rudney Koppe
Enviado por Rudney Koppe em 07/04/2025
Código do texto: T8304177
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