O carvalho e o vento
Havia, no coração de uma floresta, um carvalho imponente. Suas raízes mergulhavam fundo na terra, sustentando sua grandeza. Seu tronco era forte, seus galhos, abrigo. Durante anos, ele suportou tempestades e ofereceu sombra aos que ali repousavam.
Ao seu lado, crescia um jovem broto, pequeno, frágil, mas cheio de vida. Observava o carvalho com admiração, sem perceber que era sua sombra que o protegia do sol escaldante e suas raízes que fortaleciam o solo onde crescia.
O tempo passou. O broto tornou-se árvore. Mais alto, mais robusto, mas nunca tão sábio. E então, um dia, o vento soprou diferente. O carvalho, já cansado dos anos, curvou-se diante do tempo e tombou.
Foi só naquele instante que a árvore mais jovem compreendeu: o carvalho nunca foi apenas uma árvore. Ele foi um alicerce, uma fortaleza silenciosa, um guardião invisível que sempre torceu por seu crescimento, mesmo quando não recebia reconhecimento.
Agora, a floresta parecia maior, mas mais vazia. O vento soprava entre os galhos sem encontrar o mesmo abrigo. E a árvore, já adulta, percebeu que ainda havia tantas perguntas que nunca fez.
O tempo é um escultor impiedoso. Não espera que percebamos a grandeza de um carvalho antes que ele caia. Por isso, se ainda há tempo, sente-se à sombra daquele que sempre torceu por você. Pergunte. Ouça. Agradeça. Pois um dia, tudo o que restará será o vento sussurrando histórias que você poderia ter ouvido da própria raiz.