...   :   

 

 

 

 

 

Sobre a Poesia de Cláudio Carvalho Fernandes, Poeta anarcoExistencialista               

 

 

 

 

 

 

Sua poesia se quer menos canto e mais semeadura. Para demonstrar uma “maior pressão da realidade social sobre a realidade literária”, o Poeta canta as desigualdades em versos desiguais, como se ampliasse seu canto para ser mais ouvido, querendo atingir os ouvidos da intelectualidade e os do povo, com a escrita simples e o poema de elaboração formal.

 

“O esforço de sermos concisos atende ao princípio de economia linguística, à fórmula de empregar o mínimo de palavras para informar o máximo. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, não se devem eliminar passagens substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho”.

 

A poesia pode transitar, sim, entre os pólos do apelo à palavra original e o apego à realidade humana. A poesia, como Gullar diz em “Cultura Posta em Questão”, pode ser engajada e ainda assim “abrir perspectivas novas para a criação poética”. Nessa perspectiva se tenta mover o poético de Paisagem, como conjunto de poemas em que se inserem as angústias existenciais humanas de uma época e ao mesmo tempo como construção linguística dessas angústias.

 

E manda o povo pensar!

 

Viver a sua época é, para o Poeta, comportar sua ânsia de criar a vida em versos, de construir o medo, a perseguição, as diferenças sociais, a morte e a luta por mudanças em palavras. Um retorno às origens, quanto ao motivo do trabalho literário, criando poemas com vocabulário simples, para a compreensão geral.

 

“O poeta está dizendo que não pode passar imune a essa realidade e que precisa não só compor a poesia da e para a elite na sua perseguição à inovação e renovação intelectual, mas também dizer do homem comum em linguagem comum, o sofrimento comum para comover e conquistar. É o poeta buscando comunicação fora de seu espaço característico e para isso precisa adequar sua palavra... O poeta quer contribuir para a construção de nova vida e de nova poesia, por isso [simplicidade] e poema se fundem e na terra fértil da vida se forja uma nova espiga. Sua poesia se quer menos canto e mais semeadura."

 

 

 

.

 

 

 

 

...

 

 

 

 

 

 

***