Paciência
Ah! se vendessem paciência nas farmácias e supermercados...
Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady", solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais", e o bem comportado executivo, "o cavalheiro", se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda tumultuar.
Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça", aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice,. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela Internet estava demorando para dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça inconformado. Vi uma moça abrindo um email com um texto maravilhoso do Jabor e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais...
Pobre de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus, sem tempo para o amor, talvez 40 minutos para o sexo, sei lá, quem sabe uns 15 minutos..., a paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
Pergunte para alguém que você saiba que é "ansioso demais", onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para que? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui???
Respire...acalme-se...o mundo está apenas na sua primeira volta e com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência. Pense nisso!
Lá vem o sol....
Eu acredito em você
Paulo Roberto Gaefke