MEUS DEZ MANDAMENTOS
Escrevi esses mandamentos quando me encontrava internado na UTI do Hospital Casa de Saúde, em Santos/SP, no dia 05/05/2003, uma segunda-feira. Não sei a que horas foi isso pois dentro de uma UTI não existe relógio visível aos pacientes e perde-se totalmente a noção do tempo.
Na noite anterior, havia passado mal quando estava em São Vicente, onde havia ido ver se o apartamento que lá possuía já estava com a placa para venda. Era também um passeio, daqueles “só pra não ficar em casa”.
O que aconteceu e como cheguei ao hospital não vem ao caso. Na segunda-feira já estava melhor e na terça, logo após o almoço, fui removido para um quarto particular, de onde tive alta na sexta-feira seguinte. Portanto, foram 5 dias de hospital, sendo um dia e meio na UTI.
E, como disse acima, foi nessa UTI que me propus a escrever estas frases no único papel que possuía e com uma caneta emprestada por um enfermeiro: a contra-capa da revista “Isto É” que haviam levado para mim. Pode não ter ficado bom, mas em nenhum momento posterior fiz qualquer alteração no que escrevi naquela UTI (nem no português), pois era o sentimento naquele momento difícil, poucas horas depois de ter visto a morte na minha frente.
01 – Amar a família acima de tudo.
02 – Não “estressar” sob nenhuma hipótese.
03 – Não alterar-se de forma negativa.
04 – Não implicar tanto com pequenas coisas sem importância.
05 – Não implicar tanto com os filhos pois eles têm seu jeito próprio de ser.
06 – Não trabalhar mais e, se trabalhar, que seja em algo brando, suave.
07 – Preservar os amigos sinceros.
08 – Evitar ao máximo o trânsito bem como grandes aglomerações.
09 – Não preocupar-se com horários e compromissos.
10 – Crer sempre em Deus.
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