O NADA É TUDO

O NADA É TUDO

Há muito tempo atrás, desde que li ¨O SER E O NADA¨ de Jean-Paul Sartre, tenho insistido no entendimento de que O NADA É TUDO. Encontrei um pensador contemporâneo vivo, que escreve nas redes sociais, que pensa quase igual a mim, em todos os segmentos e fatos da existência, do ponto de vista filosófico. Parabéns pela inteligência, sabedoria e lucidez Oliver Harden: 👇👇👇

Marco Antônio Abreu Florentino

A Presença do Nada

A presença do nada é o enigma silencioso que espreita na tessitura de tudo o que somos e experimentamos. É um conceito inquietante, porque desafia nossa ânsia por significado e nossa necessidade de preenchimento. Se o nada se faz presente, então ele não é mais o vazio absoluto; ele se torna uma força, uma realidade sutil, capaz de revelar a fragilidade do ser, o limite de toda matéria, de todo pensamento, de toda existência.

A presença do nada se insinua no intervalo entre as palavras, na pausa entre os gestos, na sombra que atravessa o que acreditamos ser sólido. Ela está na transitoriedade de cada momento, na efemeridade de cada lembrança. O nada não é ausência; ele se apresenta como um espaço possível, um terreno fecundo onde se revela o ciclo incessante de surgimento e desaparecimento. É um paradoxo: o nada se torna visível quando olhamos para o que falta, para o que não se completa, para o que jamais se preencherá completamente.

Na presença do nada, tudo o que existe é como um véu frágil, uma ilusão de permanência. Somos forçados a encarar que, por trás de cada forma, há um vazio que lhe dá contorno; por trás de cada som, um silêncio que lhe dá profundidade; por trás de cada momento, um abismo que nos lembra da transitoriedade. A presença do nada é, então, o espelho que revela o peso de nossa própria impermanência, a lembrança de que o ser e o não-ser coexistem numa dança incessante, onde o vazio é o palco invisível sobre o qual tudo se move e se desfaz.

Oliver Harden

https://music.youtube.com/watch?v=WiyuG20bhO4

(Nothing Part 14 - Pink Floyd)