PARABOLA DO PÃO
Todos os dias os meninos lá da vila, iam pegar lenha para acender o forno que iria assar os pães daquele dia. Começavam as 3:00 horas da manhã. O primeiro desafio era levantar da cama quentinha e ir para o relento. Mas iam entre choros e reclamações. Alimentado o forno, enquanto aquecia, iam preparar a massa sob os olhares atentos do padeiro. Mediam a farinha, colocavam a banha, o fermento e todos os ingredientes necessários. Após essa etapa, iam mexer a massa que se formava. Mexer, socar, separar, juntar, mexer, socar... Num movimento vigoroso e continho. E assim o dia amanhecia sem se darem conta. Mal a massa estava pronta. Ia para o descanso, no processo de fermentação. Era deixa para os meninos. Eles aproveitavam para brincar uns com os outros. Brincadeira de criança- pega, pega, esconde, esconde, cabra cega e tantas outras que a imaginação lhes permitia. Após esses breves momentos, o padeiro chegava acabando com a algazarra. Voltavam para dentro do recinto e começavam a modelar a massa em pequenas porções que o padeiro transformava, com suas mãos ágeis, em pães. Nesse ponto o sol já dava o ar da graça no firmamento e anunciava a hora de levarem o pão pro forno. Todos sem exceção, participava do momento. Era o que mais esperavam. Colocar os pães no forno quente e esperar o resultado…. Não demorava muito, o cheiro agradável brotava pelo ar e enchia o ambiente com seu perfume característico. A boca começava a salivar e o estômago a rosnar querendo participar daquele grande banquete. Mas, o padeiro dizia: paciência, paciência… Vão virando os pães para não queimarem. E assim, logo os pães estavam prontos para saírem do forno. A primeira fornada era deles, todos sabiam. Era a lei… Assim, todos se saciavam e renovavam as forças. Ficavam felizes ao verem aqueles pães, serem disputados pelos tantos moradores da vila que faziam fila para compra-los e não tinham ideia do esforço e dedicação empreendidos para aquele momento. Assim somos nós, uns batendo a massa, outros acordando cedo, outros no forno virando os pães. Mas todos, sem exceção vai ter seu momento de degustar com satisfação o fruto dos seus esforços. Como diz o padeiro: paciência, paciência….