EVASIVAS E DESCULPAS ESFARRAPADAS
Este negócio de querermos por a culpa de tudo que nos acontece nos outros ou no âmbito atmosférico, enfim, achar que quando algo não sai do nosso agrado e do nosso jeito de ser se trata de uma ironia do destino é um subterfúgio inútil e sem sentido. Usar a expressão criada pelo filósofo e crítico Jean-Paul Sartre: O INFERNO SÃO OS OUTROS chega a ser muito fácil, mas ao mesmo tempo, neste caso, incoerente e até injusta. Pois devemos sempre ficar atentos de que, na vida o processo é como se estivéssemos sempre numa roda-gigante e ela se resume na sua eterna alternância: ora o seu ocupante está lá no alto ora na parte inferior e junto com os demais fazendo parte de uma engrenagem única, que nesta comparação se trata da vida. Não se trata nada de uma alternativa, em que uma pessoa opta e quer ficar no topo naquele momento, mas de uma alternância em que o sistema ordena e exige que vai chegar o seu momento de ficar na sua parte inferior, quer queira ou não.