Dignos da presença de Deus
Há tantos séculos abandonaste aquelas oliveiras sob cujas frondes sonhavas com o amor e a grandeza da vida, espraiando-se em mil ofertas sonhos imorredouros!
E hoje, minha boa amiga, tão distante daqueles arroubos de gentil dama, curtes penosa tarefa, agrilhoada que está às regras do jogo, esse regime de troca que nos leva, tantas vezes, a renunciar à liberdade e ao direito à própria vida.
Mas aqui estás e contemplo-te nesse riso franco e tão brejeiro... E vejo-te bem longe, naquele dia em que, envolta em mistério e portando o anseio sublime, pousaste debaixo da árvore sagrada para ouvir as revelações que a eternidade guarda para as almas eleitas.
E é por isso que, hoje, o teu sorriso de menina guarda uma névoa de tristeza que a alma não revela ao visitante inesperado. Mas essas mágoas, minha cara amiga, são estrias de luz que o Anjo do Senhor colocou, como uma grinalda sobre tua fronte para que aflore no tempo devido.
Quando chegar esse tempo, creia-me, por sobre todo sacrifício, caminharás para alcançar a coroa de louros que, agora, apenas podes entrever, nos momentos em que tua alma, liberta, sonha com as pequeninas coisas que nos tornam dignos da presença de Deus.
Este pedaço de texto, achei por acaso e é muito profundo e resolvi publicar.