LAPSO DE IDEIAS...
E, nas viagens feitas momentâneas
Por uma vida tal vil torpe profana,
Se tem lapso de ideias sutis insanas
Por dias contínuos dentro da semana...
E, em tropeço, essa vida tirana,
Ela se vive sim cheia de infâmia
Usando-se gilete três lâminas
No barbear-se com mãos levianas...
E o alcool, que se o faz da cana,
Se o toma e ninguém reclama,
E que a garganta não inflama,
Se tomar demais, sono e cama...
E se fica de tocaia em campana
No aguardo da guerra mundana
Em que ninguém perde ou ganha,
Se chora e se sorri da sorte tamanha...
E o soldado se deita na campanha
Até em cima tal de cobra e aranha,
E espinhos suas costas arranham,
E às vezes se vê coisas estranhas...
E está muito caro o preço da banha,
Devido a pretenção gananciana
Que faz a inflação subir montanha
E se mostra os dentes e se arreganha...
E a bolsa de valores não acompanha
A inflação tal vil hostil torpediana
Do seu sobe e desce da mercadorama
E que o dinheiro todo abocanha...