LAPSO DE IDEIAS...

E, nas viagens feitas momentâneas

Por uma vida tal vil torpe profana,

Se tem lapso de ideias sutis insanas

Por dias contínuos dentro da semana...

E, em tropeço, essa vida tirana,

Ela se vive sim cheia de infâmia

Usando-se gilete três lâminas

No barbear-se com mãos levianas...

E o alcool, que se o faz da cana,

Se o toma e ninguém reclama,

E que a garganta não inflama,

Se tomar demais, sono e cama...

E se fica de tocaia em campana

No aguardo da guerra mundana

Em que ninguém perde ou ganha,

Se chora e se sorri da sorte tamanha...

E o soldado se deita na campanha

Até em cima tal de cobra e aranha,

E espinhos suas costas arranham,

E às vezes se vê coisas estranhas...

E está muito caro o preço da banha,

Devido a pretenção gananciana

Que faz a inflação subir montanha

E se mostra os dentes e se arreganha...

E a bolsa de valores não acompanha

A inflação tal vil hostil torpediana

Do seu sobe e desce da mercadorama

E que o dinheiro todo abocanha...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 24/08/2024
Código do texto: T8136155
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