EU SOU ALCOÓLATRA
Recentemente recebi um dos depoimentos mais tristes de um ser humano em toda a minha vida:
“- Eu sou alcoólatra, apesar de ser livre, vivo preso na condição claustrofóbica do meu desejo, sem a mínima chance de liberdade. Eterno solitário, ninguém fala comigo por motivos óbvios. Apesar de ter uma casa para morar e família, os indigentes de rua são os únicos que me dão atenção, sou tão flagelado quanto eles”.
Um homem quando em um lapso de lucidez é inteligente, articulado e culto. A família internou várias vezes em clínicas de recuperação, infelizmente sem resultado positivo.
Que sina é essa, meu Deus, para ter essa vida tão trágica nesse mundo. Cada momento de lucidez é uma tortura por se saber derrotado.
Muito cuidado com esse perigo, começa sempre de uma forma fugaz, com descontração, como uma brincadeira.
O álcool é um flagelo público.