UBT DE SÃO LUIS E AMT HOMENAGEIAM LAURA ROSA NO II CONCURSO NACIONAL DE TROVAS DAS DUAS INSTITUIÇÕES

Divulgado o Edital do II Concurso Nacional de Trovas da Delegacia da UBT de São Luís do Maranhão e da Academia Maranhense de Trovas. O Concurso foi homologado na semana passada, pela União Brasileira de Trovadores Nacional. As inscrições se encerram no dia 31 de outubro deste ano.

O II Concurso de Trovas da Delegacia da UBT de São Luís do Maranhão e da Academia Maranhense de Trovas (AMT), referente a 2024, faz parte das comemorações pertinentes aos 140 anos de nascimento da escritora, professora e conferencista maranhense Laura Rosa,. Segundo a professora, pedagoga, mestra e doutora em educação Diomar das Graças Motta, (Motta, Diomar das Graças. As mulheres professoras na política educacional do Maranhão, Editora Universitária, São Luís, 2003), Laura Rosa era filha de Cecília da Conceição Rosa e de pai desconhecido, nascida em 1º de outubro de 1884, em São Luís, no prédio da fábrica de tecidos Santa Amélia, à rua das Crioulas, no centro da Cidade. Laura Rosa foi criada por padrinhos os quais lhe deram boa educação; diplomou-se no dia 12 de janeiro de 1910, como professora normalista pela Escola Normal do Estado do Maranhão; no mesmo mês foi nomeada professora de um distrito de Caxias, município do Maranhão; faleceu aos 92 anos, no dia 14 de novembro de 1976, em Caxias..

Segundo Motta (2003), ela ingressa no mundo literário com o pseudônimo de Violeta do Campo:

"Apesar do pequeno avanço da mulher no mundo das letras (sobretudo, publicamente), seria inadmissível uma mulher, que não pertencia à elite econômica maranhense, impor seu nome, através de sua produção literária de forma ampla. O pseudônimo escondia a poetisa, mas, sobretudo, a mulher simples, filha ilegítima, a solteira e, possivelmente, a professora. Para a época, compatibilizar a atividade de professora, que gozava um certo respeito (independente da classe social) com a de poetisa (nada relevante em relação ao homem e menos considerada quando exercida pela mulher) deve ter sido difícil e nos leva a indagar as estratégias que possibilitaram essa conquista." (p. 18).

Para a professora Motta, as décadas de 20 e 40 foram as mais férteis de sua produção literária, mormente na imprensa de São Luís, onde publica poesias e crônicas diariamente nos seguintes jornais: Folha do Povo; Maranhão, um semanário da União de Moços Católicos e O Globo. Uma temática recorrente em suas crônicas era o problema do menor abandonado.

Laura foi a primeira mulher a tomar posse na Academia Maranhense de Letras (1943), onde ocupou a cadeira nº 26, patroneada por Antônio Lobo.

De acordo ainda com a professora Motta (Motta, Diomar das Graças. Poesias reunidas de Laura Rosa, (Org.). São Luís: Diomar das Graças Motta, 2016. 84 p.), as atividades de Laura Rosa como escritora antecederam as de professora. Sua primeira crônica fora publicada em 30 de abril de 1897, na Revista Elegante, sob o título de “A fantasia”. No ano seguinte, publica “Aurora”, sua primeira poesia. Ao publicar a poesia “Regina Martyrum”, no Diário do Povo de 14 de abril de 1927, ela usou pela primeira vez o pseudônimo de Violeta do Campo. Motta (2016, p. 7), observa que Laura não pode ser enquadrada em um único movimento ou estética. No século XIX, há influência romântica, com marca do nacionalismo e rimas constantes, além de sonetos sob influência simbolista; já do século XX, Laura traz características modernistas, utilizando versos livres e métricas irregulares.

De sua bibliografia, registram-se as obras: “As crianças” (Conferência, 1909); “As promessas” (Contos, 1911); “Castelos no ar” (Poemas).

A seguir a poesia ‘Esqueleto de Folha”, de Laura Rosa, publicada em 1954 na Revista da Academia Maranhense de Letras: “Vede, senhor, apodreceu na lama

Eu a vi há muito tempo entre a folhagem

Antes do vento lhe agitar a rama

E do regato, sacudi-la à margem.

De vigente e de vede tinha fama

Da folha mais famosa da ramagem

Desceu nas águas e resta da viagem

O labirinto capilar da tinta./

Ninguém pode fazer igual verdade

Nem filigrama mais perfeito e lindo.

Nem presente melhor pode ser dado.

Guardai, Senhor, guardai este esqueleto

Todo cuidado! É uma folha ainda

Onde escrevo de leve este soneto”.

Os interessados em participar do concurso podem acessar os seguintes links

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/8101783

https://academiamaranhensedetrovas.prosaeverso.net/ebooks.php

DELEGACIA DA UBT DE SAO LUIS
Enviado por DELEGACIA DA UBT DE SAO LUIS em 07/07/2024
Reeditado em 07/07/2024
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