EU SOU, MAS QUEM NAO É (2)

Bom dia

Sou o resultado de um ato de amor, um espermatozoide esperto, sobrevivente, sem misticismo e sem saber porque e "praquê" cheguei. Nos primeiros 15 anos eu era uma "gracinha", aprendia e sabia o que queriam que eu soubesse.

A partir daí, comecei a questionar textos prontos, e meu cérebro iniciou uma espécie de rebelião contra o misticismo reinante.

Sou uma espécie de São Tomaz blindado, convicto, irreversivel, com uma carga de certezas significativa e muito maior do que a do tal "santo".

Sou aquele personagem do marketing milenar do Vaticano, meio tonto cambaleando, caminhando na areia da vida quase movediça, embriagado por dogmas e de "quatro", respirando ar puro pra levantar-me, e quando de pé finalmente, aos vinte anos, descobri, olhando pra trás que as 4 pegadas na areia eram minhas, somente minhas, nada mais.

E assim... de galho em galho, aprendi a sobreviver, aprendi a sorrir, aprendi a gargalhar, e aprendi que adrenalina é um veneno no cérebro humano e coloquei no lugar a empatia que me deixou um pouco triste, mas foi uma espécie de vacina contra a demagogia.

Sei apenas que existe uma etiqueta de validade pendurada no meu pescoço e que sou um semovente do ativo imobilizado de uma empresa cruel chamada natureza.