DESCONEXÃO

 

Não vivi em outros mundos ou pelo menos, não lembro de ter vivido. Mas tenho plena consciência que este em que me encontro está cada vez mais doente e caótico, cuja contaminação vê-se pela arrogância, vaidade e prepotência das pessoas, inclusive da minha mesmo, pecadora, com virtudes e defeitos que dele também faz parte. E, assim as emoções e desafios têm me assediado exponencialmente, cuja consequência torna o ambiente em minha volta desarmonioso, ou pior ainda, tóxico. Sempre senti essa estranha sensação, no entanto, por bem ou por mal, só neste exato momento algo levou-me escrever estas linhas. Talvez teria sido fruto de uma epifania, teologicamente falando, ou insight, na linguagem da moderna filosofia, razão pela qual me fez sentir plena compreensão do que está ocorrendo em minha vida, neste momento ou realidade.

 

Esses despertares, digamos assim, ensina-nos, entre outras coisas, algo libertador, que no meu caso em específico trata-se da necessidade de soltar as amarras de certos relacionamentos, com familiares e/ou amigos, os quais em nada estão contribuindo para o meu desenvolvimento pessoal, no âmbito material e/ou espiritual. Quiçá, a proximidade de minha alma igualmente em nada contribui na evolução deles. Mas, deixo claro neste caso, que ele (o despertar) não é um convite ao isolamento, mas à autenticidade e à paz interior.

 

É importante ficarmos atentos aos clamores de nossa consciência ou Sinais Divinos dos quais nos fazem identificar a hora exata de cortar esses laços. Uma delas (a hora), por exemplo, é quando notamos que a amizade ou o amor estão acabando, e isto encerra a sentença: eles nunca foram reais ou sinceros.

 

Reforço, outrossim que o amor e a amizade devem ser colunas firmes e fortes para auxiliar-nos na busca incessante pela sabedoria e virtude. Entretanto, é essencial estarmos atentos e conscientes de que em alguns momentos as relações que mantemos podem acabar por nos desviar dessa trajetória de crescimento. Quando percebemos que vínculos afetivos estão nos afastando de nosso verdadeiro caminho torna-se imprescindível uma reflexão profunda e sincera, em especial quando nosso coração é tocado, nesse particular. É, chegado então, o momento de reavaliar essas conexões.

 

Essa reavaliação não é um processo simples e demora talvez anos para se chegar a desatar laços antigos, que invés de contribuírem para o nosso enriquecimento espiritual nos puxam para baixo, tornando-se maléficos, e sobretudo de autodesvalorização. O cerne da questão é compreender que o que ou quem escolhemos estão intrinsecamente ligados com nosso desenvolvimento neste Plano e, portanto, devem ser saudáveis e construtivos.

 

Por fim, sabemos, claro, que o homem é um animal social, e como dito antes, este não é um convite ao isolamento, mas a uma reflexão a respeito de nossos atuais relacionamentos, e quem sabe de uma guinada de cento e oitenta graus em busca de novos amores, novas amizades que possa somar, contribuir a nossa evolução e não nos deixar cada vez mais tristes, rejeitados e oprimidos. Ao ler estas sentidas palavras, alguém poderia perguntar: “mas e o perdão, como ficaria?” E, eu de chofre responderia: “já perdoei e fui perdoado, mas em nada mudou, ao longo dos anos, as atitudes daqueles que se diziam me amar." 

 

Convido-lhes a pensar nisso, pois eu estou pensando!

Luiz Carlos Gomes
Enviado por Luiz Carlos Gomes em 07/03/2024
Código do texto: T8014545
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.