DESABAFO

  

Somos nós homens ingênuos?

Que somente por um dia esquecemos o que somos?

Explodem fogos na praia, singram balas pelo ar no início de um novo ano

Bebidas, festas e danças não combinam com sangue, morte e falta de alimentos

Mas, afinal, quem somos que esquecemos onde vivemos?

País de belezas imensas e ao mesmo tempo um país de devassidão

Somos nós capazes de parar o tempo?

E mostrar a nós mesmos o quão fracos somos?

Não, tudo se repete e se mostra podre

Cansei, não somos mais ouvidos e somos sorrateiramente ludibriados

Falso é pensarmos que nosso povo é feliz

No Planalto Central brilham luzes enquanto nosso povo é desprezado

Enganado, jogado para fora da nossa tão falada e citada sociedade

De direitos iguais para todos

Não, nosso país esqueceu dos seus cidadãos!

Mas, fazer o que, enquanto pipocam luzes pelos ares

Nosso povo sofre pela fome, pela falta de saúde, pela falta de palavra dos

Nossos tão elegantemente chamados governantes.

Que só enxergam seu próprio umbigo  selado em uma grande suíte de um bom hospital!

Chega, recolho-me ao meu insignificante canto e oro por todos e
peço perdão por eles,

Os fazedores da dor, do sofrimento, visto no olhar deste povo sofrido.