Urucuia — o rio da minha infância
Urucuia — o rio da minha infância
(Onofre Ferreira do Prado)
Altaneiro e imponente sobre o leito
As belas corredeiras cristalinas,
O retrato da infância no meu peito.
Era assim o meu rio lá de Minas.
De Goiás e singrando para Minas,
Passo a passo, altaneiro, mais veloz,
Deslizando por vales e colinas,
Até o São Francisco, sua foz.
Oh, Urucuia! Tu eras para nós:
Belo, de corredeiras cristalinas,
Tão querido e cantado em alta voz,
Doce e manso, espraiado nas campinas!
Um revés para as fontes já tão raras,
Mas onde brilha o sol tem esperanças,
Se roubam-te as riquezas que são caras,
Os ventos do amanhã trarão mudancas...
(O local onde nasce e o percurso que faz o rio Urucuia, numa extensão de 400 quilômetros.
O Urucuia, que por pouco não cortou em dezembro de 2023 em Buritis, nasce no município de Formosa, em Goiás.
Poucos quilômetros depois entra no Estado de Minas Gerais, mais precisamente no município de Buritis, atravessa o município de Arinos, faz divisas com Riachinho, de Riachinho com o município de Urucuia, do município de Urucuia com São Romão e de São Romão com o município de Pintópolis, indo desaguar no São Francisco, abaixo da cidade de São Romão.
É uma pena que o Urucuia, um dos principais afluentes da margem esquerda do São Francisco, a exemplo de tantos outros mananciais brasileiros, literalmente, a cada ano, venha sofrendo os efeitos da agressão do homem, cego pelo dinheiro e pela ambição.
Se não houver uma redução em larga escala de desvios das águas, além de outras providências, rios e riachos estarão fadados a secar em curto prazo.)