O OUTRO ANO
contei quantos anos tem um dia
adormecido à porta da madrugada
em esperas vãs cansadas de agonia
tomba o dia, o ano, nesta estrada...
entra outro, o novo...o desejado
a fervilhar em taças de ilusões
e diz o velho na folha do passado:
-conseguirás tu, trazer as soluções?
tal como tu, nasci com espirros de luz
e termino no delírio da'nsiedade
do sentimento humano que traduz
o sonho de uma nova realidade.
benditos anjos de asas quebradas
morrem sem glória e o mundo esquece
numa taça de quimeras deslumbradas
o fumo, porque o fumo, não aquece...
deixo espelhos sombrios em herança
ruínas, guerras, fome, má bonança
catástrofes, desventuras doloridas,
lágrimas sufocadas, mãos estendidas!
e as promessas foram rosários lentos
nas mãos de quem luta no dia-a-dia.
retira 2008 a cruz do desalento
dá há vida, sol, saúde, amor e alegria!
ser novo ou velho ? pouco importa
se no mundo houver, pão, paz e harmonia
e o direito ao sol em cada porta
para a noite desta estrada...se fazer dia.
2007