COMO SE UTILIZA O VOTO
COMO SE UTILIZA O VOTO
Há muitos tipos de eleitores. Com qual nos identificamos?
1. O eleitor-tatu enfia a cabeça em sua vidinha privada e finge ignorar que o mundo pega fogo em volta. Como diz minha vizinha, dona Avestrunina, “num quero nem saber”. É o eleitor ressentido, que se decepcionou com a política e os políticos. “Nada vai mudar”, diz minha tia Conformina.
Esse tipo de eleitor é como Pilatos: ajuda a eleger, pela sua omissão, deputados como João Alves, que durante 34 anos foi reeleito deputado federal por municípios baianos que ele mantinha na miséria (pois, tivesse aquela gente um pouco de instrução, o eleito seria outro). João Alves é acusado de ter embolsado 52 milhões de dólares do orçamento federal.
2. O eleitor-cascavel tem raiva de política e de políticos, xinga todo mundo, acha que todos são ladrões. Depois de destilar o veneno de sua língua contra todos, este tipo de eleitor dá as costas para o mundo e se enfia pelas veredas da emoção, anulando o voto ou votando em alguém que viu na TV e achou simpático.
3. O eleitor-formiga é aquele que pensa que o mundo é do tamanho do bairro ou da cidade dele. Só vê o doce que está à frente. Não vê o prato, a mesa, a sala, a casa etc. Esse eleitor vota no candidato que lhe faz um agrado, no amigo do amigo, na sugestão da comadre, no sujeito que nasceu na terra dele, sem ver a dimensão maior da posição política do candidato, de seus compromissos com os mais sofridos, de seus princípios e de sua trajetória de vida.
Esse eleitor quer salvar seu sentimento, não o Brasil.
4. O eleitor-piranha, de raiva ou indiferença, anula ou deixa em branco seu voto. Ele esquece que morder o boi que atravessa o rio é sujar de sangue as águas. Por isso, ao deixar de votar, esse eleitor ajuda a eleger os corruptos, os de-sempre, os carreiristas, os que só querem estar lá em cima para viver bem às custas de nossos impostos.
5. O eleitor-coruja é aquele que fica sempre pendurado no mesmo candidato, sem nunca se perguntar o que ele fez e faz, como agiu diante das graves questões nacionais e locais. É o tipo de eleitor de capacho, que vota por hábito, não por consciência, favorecendo o carreirismo de gente que nem sempre merece o mandato.
6. O eleitor-papagaio repete o que ouve no rádio e na TV, sem fazer juízo próprio, caindo fácil em conversa de candidato. Esse eleitor costuma votar em candidato que fala bem, tem boa apresentação pessoal e sorriso farto.
7. O eleitor-galinha vota em candidatos que são famosos em suas respectivas áreas profissionais: locutores de rádio e TV, jogadores de futebol, artistas etc. É só ouvir o galo cantar e prometer milho, que ele vai atrás, ciscando.
8. O eleitor-cidadão é aquele que vota com a razão e a inteligência, procura se informar sobre o passado e os compromissos do candidato, pensa no bem ou no mal que o candidato fará à maioria da população, tem consciência de que o seu voto é uma arma capaz de mudar o Brasil para melhor.
O eleitor consciente não banca o bicho. Conhece o peso de seu voto, a responsabilidade de sua escolha, as consequências políticas de sua preferência eleitoral. Informa-se sobre as lutas do candidato e não vota pensando em proveito próprio, mas no bem da maioria dos brasileiros.
Vamos trabalhar em grupos:
1. Cada um faz uma lista dos 3 tipos de eleitor mais comuns aqui na região.
2. Fazer teatro caricaturando alguns tipos de eleitores.
3. Debater em grupos o que favorece o surgimento desses tipos de eleitores que não buscam o bem da maioria da população.