AMAR E EDUCAR
AMAR E EDUCAR
Gorete Amorim
“QUEM NÃO É CAPAZ DE AMAR OS SERES
INACABADOS NÃO É CAPAZ DE EDUCAR”
Paulo Freire
Paulo Freire se eternizou pela contribuição que deixou da prática e do pensamento registrados. Não nos deixou receita nem método, apenas nos ensinou pelo exemplo, que o diálogo é a melhor forma de educar. Não há diálogo se não há amor, pois é pelo amor ao outro e ao que fazemos, que conseguimos respeitar as diferenças sem ser indiferente.
Trabalhar com jovens e adultos é desafiar a cultura da exclusão que se perpetua no Brasil há mais de 500 anos. É contribuir para reparar a dívida social, gerada pela negação da educação escolar à classe popular desse país, e, consequentemente, para a “inclusão” social de trabalhadores e trabalhadoras, que embora existam, não lhes é permitido participar, enquanto sujeitos históricos conscientes, da vida sócio-cultural e política da sociedade brasileira.
Ser educador e educadora de jovens e adultos, é acreditar na capacidade que o ser humano tem de construir conhecimentos que lhe dará poder de inclusão e exercício de cidadania.
Segundo Freire, somos seres inacabados com vocação para humanização. É a nossa capacidade de amar e dialogar que vai fazer da educação uma ação humanizadora. Qual o valor do saber se não humanizar as pessoas? Isso fica mais evidente quando lembramos das bombas atômicas, das guerras pela defesa do poder e dos ataques terroristas.
Precisamos formar pessoas que sejam capazes de construir um mundo melhor, de valores baseados em princípios de solidariedade, partilha, igualdade e amor. Essa é a condição para sermos educadores e educadoras.