O Silêncio e a Verdade / Respondendo Mensagem Watsapp

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Caricatura de Fiedrich Nietzsche

(tinta china)

 

Assim Falou Zaratustra" é uma obra filosófica escrita por Friedrich Nietzsche. Publicado pela primeira vez em 1883, o livro apresenta uma narrativa poética e alegórica que explora as ideias de Nietzsche sobre o sobre-humano, a morte de Deus, a vontade de poder e a busca por sentido e valores na vida humana. A obra influenciou significativamente a filosofia e a literatura, e suas reflexões provocativas continuam a desafiar as concepções convencionais sobre moralidade, existência e significado.

 

Mensagem recebida via Watsapp (míssil)

 

"Nietzsche afirmou que a palavra mais ofensiva e a carta mais grosseira são melhores e mais educadas do que o silêncio”. 

 

Minha resposta:

 

O silêncio pode ser terrível, embora haja diferentes aspectos a serem considerados. Em algum momento, o silêncio pode ser quebrado e tudo pode ser esclarecido. 

Por outro lado, uma palavra dita, especialmente quando verbalizada, não pode ser desfeita.

 

Existem certas coisas que uma pessoa pode dizer que "não têm volta", e isso fica no âmbito do perdão. 

 

Há mais de trinta anos, eu disse algo a uma pessoa muito querida num momento delicado, - uma grosseria, - algo que só pode ser esquecido, apagado ou relevado no contexto do perdão. 

Conforme uma colega do RL afirma: “quando lembramos e não sentimos mais a dor da ferida, não sofremos, não dói, - é porque não importa mais - ou foi perdoado". O tempo, esse senhor tão antigo - se encarrega de apagar todas as lembranças. Boas e más lembranças. 

 

No entanto, eu nunca me perdoei. 

De vez em quando, me pego pensando na horrível frase que verbalizei.

 

Não há nada que eu possa fazer. Qualquer ação será como por lenha nas cinzas, - ser mal interpretado. Melhor não arriscar. 

Se um dia eu tiver a oportunidade, pedirei perdão. 

Mas até mesmo para  o perdão há um prazo para se “requerer” - expira. 

 

Li algumas coisas de Nietzsche - "Assim Falou Zaratustra “. 

 

Há muitas verdades e atualidade em tudo o que ele escreveu, mas ele não é o dono da verdade. 

A verdade está contextualizada em várias circunstâncias. Cada pessoa possui sua própria verdade e as circunstâncias inerentes a cada caso e a si mesma."

 

No contexto individual, a verdade muitas vezes se relaciona com as percepções, crenças e experiências pessoais de alguém. E ainda há "Efeito Rashomon".(*)

 

As pessoas podem ter diferentes pontos de vista e interpretações baseadas em suas próprias vivências e valores, o que pode influenciar sua compreensão do que consideram verdadeiro. 
Segundo o personagem de Raymond Reddington (The Black List), “Posso apenas te levar a verdade, não posso fazer você acreditar nela.”.

 

Isso pode levar a uma diversidade de perspectivas sobre a verdade, resultando em múltiplas interpretações de eventos e situações. 
 

Essa diversidade de visões individuais pode enriquecer o debate e a compreensão geral de um determinado assunto.

 

Então, se não há uma resposta plausível, assertiva e ponderada, - melhor ficar calado.

Ficar calado é muito difícil. Poucos conseguem. 

 

                               ****

(*) O "Efeito Rashomon" refere-se a uma situação na qual várias testemunhas de um evento relatam diferentes versões dos acontecimentos. Esse termo se originou do filme japonês "Rashomon" de 1950, dirigido por Akira Kurosawa, no qual quatro testemunhas descrevem de maneira diferente um incidente ocorrido numa floresta. Esse conceito é frequentemente utilizado para ilustrar como diferentes perspectivas e interpretações podem influenciar a compreensão de um evento, levando a narrativas contraditórias e subjetivas sobre a realidade. O "Efeito Rashomon" destaca a natureza subjetiva da percepção e da memória humanas.

 

 

 

Texto: A Verdade e Silêncio 

Autor: Júlio César Fernandes 

Meus rascunhos: out/2023 

 

 

 

 

 

Julio Cesar Fernandes
Enviado por Julio Cesar Fernandes em 28/10/2023
Reeditado em 29/10/2023
Código do texto: T7919157
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