É dito: "Quem não tem passado não tem história!" Pois sim, vou à busca de recordações do tempo em que a inocência aflorava todos os poros e demais elementos da matéria e da alma. Desprovidas de brinquedos especializados, tínhamos, eu e a maninha Miracir,
É dito: "Quem não tem passado não tem história!" Pois sim, vou à busca de recordações do tempo em que a inocência aflorava todos os poros e demais elementos da matéria e da alma. Desprovidas de brinquedos especializados, tínhamos, eu e a maninha Miracir, nossas bonecas de pano e cheias de algodão, meramente lindas, feitas por nós e a Rosa, quem ficava conosco já ausente a saudosa e responsável Totó. Naquele sertão nordestino piauiense, ausente de luz elétrica e possuído de lamparinas movidas no óleo ou querosene e velas enroladas de algodão e revestidas na cera de carnaúba. Ainda que tínhamos retalhos, algodão, agulha, linha, tesoura sem ponta e disponibilidade de crianças sertanejas, com a ajuda de nossa amiga Rosa. Saudades tamanhas, quando das realizações de benditas tarefas e das harmoniosas companhias e do sertão provido de belezas naturais. Em quatro de setembro de dois mil e vinte. Francisca Miriam Aires Fernandes.
© Francisca Miriam Aires Fernandes 2020-2023.