18 DE MAIO.

Talvez se fizer silêncio o suficiente, se atentar aos comportamentos, pode ser que se ouça os lamentos engasgados de vários meninos e meninas vítimas de agressão sexual. Mas, às vezes, há casos em que não há sinais aparentes e a criança grita, internamente, sufocando o choro em silêncio amedrontado. Em outros casos, o silêncio é consequência da violência seguida de assassinato.

Basta apenas se lembrar de Araceli Crespo (este dia foi marcado em decorrência do crime cometido à ela). Sequestrada, agredida e a vida arrancada por mãos perversas e sanguinárias. Ela tinha oito anos.

Basta relembrar também Ana Lídia, com seus cachinhos louros, um anjo. Encontrada morta em situação tão horripilante quanto Araceli. Ana era apenas um ano mais nova, tinha apenas sete anos, e sofreu horas horríveis de barbáries penosas nas mãos de monstros desalmados e sem coração. Depois de tudo, ainda foi jogada no terreno baldio como uma espécie de lixo descartável. O corpo levando consigo as dolorosas marcas da violência.

Lembre-se delas, tente imaginar o medo, o pavor, o horror e sofrimento sentidos por estes anjinhos. Lembre-se também que elas não foram as únicas, pois há vários e vários casos destes crimes hediondos espalhados pelo Brasil. Uma infinidade de crianças sendo vítimas de pessoas monstruosas; ora sobreviventes e tendo que lidar com traumas, ora silenciadas para sempre.

Não deveria ser assim. A infância deveria ser protegida. Uma criança deveria chorar pelo joelho ralado como consequência de brincadeiras infantis com os coleguinhas, e não chorar por ser vítima de assédio ou violência.

Que este dia de maio (simbolizado por uma flor amarela, remetendo à fragilidade, vulnerabilidade e inocência da criança), se faça ter mais consciência da preciosidade da infância. Do quanto nossas crianças devem ser cuidadas, protegidas, ouvidas.

Que também livrem-se do estigma de que apenas pessoas do gênero masculino cometem tais crueldades. Mulheres também o fazem. A maldade independe de gênero, idade e status social, não tem perfil específico. A maldade é a maldade, simples assim, e por isso devemos nos atentar e resguardar nossas crianças e adolescentes o máximo que podemos.

Ansyel Violet
Enviado por Ansyel Violet em 18/05/2023
Reeditado em 14/10/2023
Código do texto: T7791318
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