Se me chamas
Se me chamas, eu te afasto para o lado, deito e te dou um abraço apertado. Te beijo um bocado, conto uma piada sem graça, mas que me fez rir, como aquela do pintinho que se chamava Relam e que piava durante a tempestade. Gargalhada contagia e encontramos a graça. Deitado em teu berço, adormeço em teus braços. Pintados num quadro de veraneio. Descanso. De verde vivo nos vestimos, na grama reluzimos. Somos todos um. Também sou natureza. De pequena grandeza. Um infinito menor que o seu. Mas somos sonhos, medos, angústias, belezas, feiuras, tristezas, asneiras. Somos obras de arte feitas de invisível. Somos apenas nós, de uma forma que mais ninguém poderia ser.