Escrevo para mim...
Quando escrevo, quando pego na esferográfica e no velho caderno de capa preta sei que é para mim, que estou a escrever... Sei que vou escrever, aquilo que me magoou com as palavras que deitaram da boca para fora, que me feriram a minha alma e entristeceram o meu já tão magoado e cicatrizado coração... Pobrezinho, ainda não cicatrizou as anteriores, já tem outras para curar... E a alma que teve uns dias de paz e alegria, já está de novo com "sombras" a envolvê-la... A verdade, é que eu escreva o que escrever, seja importante ou não, talvez até seja uma grande merda, sem valor algum, é mais para mim do que para os outros que eu escrevo, porque ao escrever eu procuro simplesmente um profundo sentimento de alívio... Alivio da alma e do coração, mas principalmente dos pensamentos que me assaltam o cérebro, e dos quais, na maior parte das vezes, eu sinto receio de os dizer em voz alta com a impulsividade que em mim vive, e receio profundamente que alguém se sinta tão magoado ou mais do que a mim me fizeram... Talvez até, quem sabe esvaecerem-se por aí...