MEU PÓ, MINHA CINZA.
MEU PÓ, MINHA CINZA
(Carlos Celso Uchôa Cavalcante=28/março/2023)
Se do pó a gente vem
ao pó eu quero voltar;
gostaria que ninguém
pensasse em me sepultar,
pois desejo ser cremado
ficar num potinho guardado
meu pó, paa eternizar.
Eu não quero sob o chão
em lama me transformar,
bem menos em podridão
para o bichinho devorar,
pois desejo é ser cremado
ficar num potinho guardado
meu pó, para eternizar.
Não quero caixão bonito,
nada para embelezar;
reflita, é esquisito
a quem morreu agradar,
meu desejo é ser cremado
ficar num potinho guardado
meu pó, para eternizar.
No momento da partida
não há bagagem a levar,
não existe despedida,
tudo enfim vai ficar;
quero mesmo é ser cremado
ficar num potinho guardado
meu pó, para eternizar.
Deixe-me voltar ao pó,
guarde ou deixe alguém guardar;
o meu pedido é um só
não queira contrariar,
pois eu quero é ser cremado
ficar num potinho guardado
meu pó, para eternizar.