No solstício e no equinócio da vida: As quatro estações
 
     O sol não nasce no mesmo lugar todos os dias. Do mesmo modo, o homem ao acordar já não é o mesmo que adormeceu na noite passada. Quando o sol nasce nas extremidades da linha do horizonte, nos traz os solstícios e no centro, vislumbramos o equinócio.

     A natureza segue a vivência de cada estação, trazendo em cada uma delas toda profundidade e toda majestade, com beleza, catástrofes e destruição.

     A vivência das estações do ser humano, não é diferente. Chegam na mesma intensidade com que chegam na natureza. No solstício, vivemos duas estações, o inverno e o verão ou o verão e o inverno. Nesse período o sol de nossa vida estará passando pelos trópicos.

     E esta é uma época em que tendemos a nos sentir frágeis, desanimados, tristes, nos encontramos em pleno inverno, fechamos as portas e janelas para tentar nos livrar do frio e dos flocos de neve que cai. E dentro de nossa caverna temporária vão se formando estalactites pontiagudas que, sem percebemos, vão penetrando nos cômodos e formando um acúmulo de sedimentos pesados até não ser mais possível agüentar, assim, da pressão exercida por estes sedimentos, transborda lá das profundezas um rio morno e salgado, é o começo do verão, nos sentimos duros como rocha, coração pesado, alma cansada.

     Mas depois de ter purgado o seu inverno e o seu verão, eis que o sol chega ao centro da linha do horizonte. Estamos no equinócio e vamos viver mais uma vez a primavera e o outono. Então, é chegado o momento de preparar-se para o vôo de renovação e ser outra vez uma águia planando no sol da vida!