DIZEM QUE TODOS TEMOS PREÇO. QUAL SERIA O SEU?

Questões surgem a todo instante sobre esse assunto, e não é para menos. Uma das expressões mais utilizadas na nossa sociedade é "Molhar as mãos", ou seja, corromper, entregar dinheiro para que algo prejudicial a alguém, passe despercebido.

Outra maneira utilizada pelos compradores de situações refere-se à conhecida "vista grossa"; fazer de conta que não viu, se fingir de cego.

Praticamente, todos os dias surgem escândalos por todos os lados, e a maioria refere-se à política e à politicagem. Haja vista o grande número de escândalos em que os gestores tanto estaduais, quanto municipais e os federais. Praticam subornos há anos e o corporativismo inibe, proíbe investigações aprofundadas.

É sabido que existem alguns tipos de preços não só monetários ou capitalistas, mas também, ações essencialmente humanas, sentimentais etc. Elas demonstram que muitos humanos quer se dar bem a qualquer preço e são capazes de tudo; em nome do dinheiro fácil, independente da origem do montante.

A pessoa tendenciosa às arbitrariedades capitalistas, não se vende apenas uma vez; e na maioria dos casos, torna-se vício; isto é, os fatos são recorrentes, rotineiros, sempre se repetem.

O preço do ser humano é diferente dos produtos nas e das lojas. Você chega a um supermercado, pega e paga. Difícil aquele que "pendura"; não é mesmo? Não existe mais a caderneta para que o comerciante anote; o "põe na conta" é um clichê que não tem mais valia, a não ser em forma de brincadeira. Virou cartão de crédito.

A pessoa costuma acumular dívidas para com a outra, porque hoje é uma ação; amanhã, outra; depois, outra. É chegada a hora de acertar essas contas, o pagamento!

Na política, vários gestores costumam comprar apoios. Quem cede, prova que tem preço. E os fatos se repetem muitas vezes.

Você já deve ter ouvido falar ou lido sobre compra de testemunha. Não chega a ser novidade nos âmbitos familiares, por exemplo. Uma pessoa presencia um crime, e passa a ser a "chave" da questão. Pode receber oferta em dinheiro para desaparecer, ou para fingir que nada viu.

Em um programa de auditório, sempre têm um grupo que ocupa as primeiras poltronas para aplaudir, principalmente, os artistas. A emissora paga esse pessoal, para que aplaudam. Significa que a empresa, para manter a audiência (ou melhorá-la), tem que pagar o preço dos aplausos. E quem aplaude prova que nem tudo é admiração para com os artistas, muito menos é sinal de que adoraram as apresentações. Entraram na "faixa", será?

E o seu preço, qual é? Se alguém te oferecer uma grana para fingir algo, que você tanto quer, aceita fingir-se de cego, surdo e mudo? Ou só cego, ou só surdo, ou só mudo, ou nada?

Muitíssimas pessoas aceitam vender votos em troca, às vezes, de banalidades. Outros tomam tal atitude em nome da necessidade. Será verdade, ou está no D.N.A. do sujeito?

No sentido figurado, ou não, alguns aceitam "vender o próprio corpo". Necessidade, ou é caso para ser pensado, estudado?

No esporte, principalmente, no futebol, a corrupção é abrangente em todos os países. É clara a situação em que um(a) árbitro(a) entra em campo com más intenções, e isso ocorre sempre com determinados times/clubes.

Significa que a arbitragem se vendeu ao aceitar a corrupção. Ela tem preço. E não é difícil, dentro do mesmo esporte algum jogador colocar em prática oculta a entrega do resultado.

No Brasil esportivo, já tivemos casos, assim como em vários países europeus. Lá, culminou com rebaixamentos de clubes tradicionais. No Brasil, eles "abafam os casos". Tivemos, inclusive a "Máfia da Loteria", nos anos oitenta; e nada foi resolvido. Apenas algo indireto chegou a algum noticiário: provou-se que a entidade governista estava envolvida "até o pescoço". Pararam por aí. Outra parte da imprensa, aquela do "rabo preso", fingiu-se de morta; afinal, era igualmente "podre".

Portanto, quando o assunto tratar-se de a pessoa ter ou não preço, tornar-se-á complicada a situação: deve mexer a fundo, com os envolvidos.

Há milhares de exemplos e situações em que seres humanos aceitam propostas escusas. Será que pensam nas consequências, ou tudo está ou estará sob controle?

Você, com certeza, pergunta onde fica a moralidade; para os imorais, a resposta é clara: "dane-se"!

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Nilceu Francisco é Professor, Escritor, Poeta, Jornalista, Articulista, Ambientalista, Repórter, Autor

Nilceu Francisco
Enviado por Nilceu Francisco em 20/02/2023
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