Naquela época!

Naquela época, tirava notas azuis e morria de medo de notas

vermelhas no meu boletim: tinha que ser acima de 7.

Naquela época, não tínhamos Bolsa Família: tínhamos uniformes;

o material escolar era comprado pelos nossos pais, com muito suor!

Calçado era Vulcabrás, Conga , Ki Chute , Bamba... alpargatas

Não tínhamos celular... As pesquisas de escola eram feitas

em bibliotecas públicas e nas enciclopédias…

O trabalho era escrito à mão e em folha de papel almaço;

a capa era feita com papel sulfite.

Tinha dever de casa pra fazer.

A Educação Física era de verdade…

Tínhamos carteirinha pra dizer presente, ausente e atrasado.

Ainda cantávamos o Hino Nacional no pátio, antes de ir para

a sala de aula. Teve uma época em que tínhamos aulas de Religião,

Educação para o lar, Educação Moral e Cívica 😍 !

Os dentistas iam na escola para aplicar flúor e ensinar os cuidados

com a higiene bucal. As professoras olhavam nossas cabeças e mandavam

recados para as mães de quem tinha piolhos 🤣

Na escola tinha o Gordo, a Magrela, a Branca Azeda, o Quatro Olhos,

a Baixinha, Olívia Palito, o Palitão, o Cabelo Bombril, o Negão, o Periquito,

Narigudo, a Girafa e por aí vai...

Todo mundo era zoado; às vezes, até brigávamos, mas logo estava tudo

era resolvido e seguia a amizade...

Era brincadeira e ninguém se queixava de bullying.

Existia o valentão, mas também existia quem nos defendesse.

Trauma? Nunca ouvimos essa palavra.

O lanche era levado na lancheira ou dentro de um saco de pão.

Época em que ser gordinho(a) era sinal de saúde e, se fôssemos magros,

tínhamos que tomar o Biotônico Fontoura 🤢.

A frase "peraí mãe“, era para ficar mais tempo na rua e não no

computador ou no celular...

Colecionávamos figurinhas, bolinha de gude, papéis de carta, selos!

As brincadeiras eram saudáveis; brincávamos de bater em figurinhas,

e não nos colegas e professores.

Adorava quando a professora usava mimeógrafo e aquele cheiro

do álcool tomava conta da sala😍…

Na rua era jogar bola, queimada, pular corda, subir em árvores,

pular elástico, pique-esconde, polícia e ladrão, andar de bicicleta

ou carrinho de rolimã; soltar “papagaio"🪁 (ou arraia) ( ou pipa) e ficar na rua até tarde.

Muitas vezes, com a mãe tomando conta, sentada no portão, ou com as vizinhas (grandes amigas),

conversando alegres 🥰…Comia na casa dos colegas e ao chegar em casa, tomava bronca por isso 🤦‍♀️

(“Não tem comida em casa?”)🤦‍♂️🤦‍♀️ Não importava se meu amigo era negro, branco, pardo, rico,

pobre, menino, menina: todo mundo brincava junto. E como era bom 🥰! Bom não... era maravilhoso!

Assistia ao Pica-Pau, Tom e Jerry, Pantera Cor de Rosa, Papa Léguas, Sítio do Pica-Pau Amarelo,

Corrida Maluca, He-man, o Gordo e o Magro e vários outros...

Que saudades desse tempo em que a chuva tinha cheiro de terra molhada!

Época em que nossa única dor era quando passava Merthiolate nos machucados 😊…

Felizes, em comparação com esse mundo de hoje, onde tudo se torna bullying.

Nossos pais eram presentes, mesmo trabalhando fora o dia todo; educação

era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por "aprontarmos".

Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho

ou se meter em alguma conversa. Xiiii... Era um tapa logo, ou só aquele olhar de

"quando chegar em casa conversamos" 😳…

Tínhamos que levantar para os mais velhos sentarem, pedíamos a bênção 🙏🏼🙏🏼

Fico me perguntando: quando foi que tudo mudou e os valores se perderam

e se inverteram dessa forma? Se você também é dessa época, meus parabéns.

Foi exatamente assim que vivi minha infância. Claro que tive um sorriso no rosto,

enquanto lia esse texto e relembrei de vários bons momentos...

Quanta saudade... quantos valores, que para muitos dessa geração não valem nada!

Grato por tudo que vivi e aprendi.

Fui muito FELIZ e sobrevivi!!!

Amém

(D.A)
Enviado por Fátima Damiani em 03/02/2023
Código do texto: T7710606
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.