Do amor verdadeiro
Uma borboleta não volta jamais ao casulo. Nem o temor pela perda nunca irá ajudar alguém a merecer indulgência.
Quando vier a desolação, tentarão acreditar que lutaram, mas a verdade é que nem o possível foi feito.
Às vezes despejam toda a expectativa de tarefas a cumprir em outrem, esquecendo de fazer a sua parte, mas pode chegar um dia em que lamentarão ter estado ausentes, antes da procela.
Ausentes em contextos, afetos, cotidianos, sem perceber a dor e o existir dos outros.
Fato é que a verdade dói para quem a leva e para quem a ela resiste e não percebe o que é afeto real e o que é simulacro de amor.
Fingem preocupações cotidianas, amorosidade, mas sequer são capazes de diferir o alaúde do ataúde. Não se dão ao luxo do luto.
Uma coisa é preciso encarar de frente, mais do que nunca e com dignidade: a morte pode tardar, mas é inevitável…