Caminhos

Pessoas realmente são criaturas incríveis e estranhas.

Cada vez que conheço alguém carrancudo, fechado, sem muita simpatia, logo percebo ali um diamante bruto, uma labirinto de sentimentos não explorados ou mal administrados.

Pessoas incríveis, geralmente, se escondem atrás de uma armadura fria e escura. Preferem ter fama de mal-humorados, ranzinzas, antissociais e até esquisitos, do que se abrir com qualquer pessoa apenas por um pouco de atenção.

Por serem, na maioria das vezes, bem resolvidos com eles próprios, não necessitam da companhia do outro para se sentirem bem pois tem a melhor delas: a própria. Que isso não seja dado como soberba, orgulho ou vaidade. Muito pelo contrário, pela pessoa estar completo com ela mesma é que ela pode dar ao outro aquilo que poucos conseguem: sinceridade.

Um ser solitário quando se dispõe a compartilhar algo com o outro é um sinal mais que claro que sua companhia é bem vinda e mais, bem recebida.

Sempre desconfio de alguém que é muito alguma coisa: muito feliz, muito simpático, muito bonzinho...todo dia. Agora me responda: quem é igual todo dia? Somos uma imensidão de sentimentos por minutos (mulheres muito mais) e temos que lidar diariamente com isso.

Eu estou falando apenas de dentro de nós, pois ainda temos que suportar o peso do mundo que nos cerca. Aí que tudo complica.

Gosto de pessoas deixadas de lado, que não se enturma. É ela quem vai me proporcionar a melhor experiência e maior ensinamento. Pessoas não são difíceis, difícil é o caminho até elas.

E cada um tem o seu, uns mais fáceis, outros mais difíceis, uns suaves, outros tortuosos, uns prazerosos, outros agoniantes, uns parece uma avenida aberta, outros trancados a sete chaves, mas todos têm o seu.

A missão é chegar até ele e, até lá, sofrer ou sorrir pelo caminho a ser percorrido!