de volta, eu escrevo... tanto tempo não contigo.
Olá.
Há quanto tempo eu não falo contigo? Lembro-me de tuas prosas e teus versos como se fosse ontem. Ali, via-lhe sentado em tantos lugares. Uma cafeteira. Uma lanchonete. Um banco. Um corredor. Um chão. Um coração de vidro valioso, raro e, ao mesmo tempo, tão quebrável. Na última vez, tu quebraste com tanta força…
Agora lhe reencontro sentado na frente de uma tela. Tu deves estar confabulando consigo mesmo o que escrever daqui a para frente. Sabes tão bem quanto eu que tu deixaste de escrever histórias de amor. Histórias de dor. Histórias de ti. Histórias dos outros… histórias que até então lhe fazia sentido dizê-las por aí com tantas assinaturas. É medo de dizer que eras tu escrevendo aqueles textos ou era apenas uma forma de externalizar diversos de ti em várias linhas?
Eu nunca vou encontrar as respostas para isso, porque tu deixaste sucumbir todos os teus sentimentos em lugares tão escuros, como teu armário, tua gaveta. Fizeste com que outras vozes ecoassem teu sofrimento e o teu medo de escrever as coisas. O que há agora é apenas um ser de mar raso, só consegues viver ficar ali, a poucos metros da superfície e onde foi parar a tua profundidade? Quando alguém poderá nadar em ti e saber o que há por dentro?
Apenas lhe desejo que tu possas voltar a escrever. É sobre amor? Escreva. É sobre as tuas dores? Escreva. É sobre escrever de mim? Escreva. É sobre escrever de outros? Escreva. Pode até ser cafona, sem sentido e até mesmo sem um propósito… mas é teu. O teu o direito de viver e de colocar tudo que está aí, dentro do coração de vidro valioso. É isso que tenho a dizer-lhe…
Boa sorte, mesmo eu odiando escrever isso.