TUA "PRESENÇA" NO MEU QUARTO
Entre livros, cadernos, agendas e tantos outros papéis, percebo o caos diante de mim. O caos interior, o meu caos, que se reflete na minha confusão. A escrivaninha, recanto para meus desabafos de alegria e dor, é a peça que mais me detém, lúcida, às vezes, nesse lugar.
Encostada à estante, tão bagunçada quanto eu, e cuja formosura abriga meus títulos favoritos, uma cama larga ostenta, sem orgulho, uma metade vazia.
E há meus sapatos! Sim, os meus sapatos e adereços outros amontoados junto às roupas no velho armário. Eles me lembram, vez ou outra, que apesar de tudo preciso viver.
E também nesse quarto estão guardados secretamente, sob a proteção da porta e da janela, fechadas, meus maiores medos, inconfessáveis, talvez, ou, dito de outra forma, incompreensíveis!
[...]
Meu quarto descrito de qualquer jeito, do meu jeito, sem a habilidade esperada do escritor ideal, para dizer que tenho abrigado nesse espaço, enfim, uma certa "presença", desde o acidente.