CULTURA DO CANCELAMENTO
Virou moda cancelar pessoas. Fazer linchamentos virtuais contra pessoas por discordar da opinião delas.
A chamada cultura do cancelamento é algo que surgiu nos Estados Unidos e funciona basicamente assim: um famoso ou uma marca, uma empresa ou até alguém anônimo fala ou faz algo que pode ser interpretado como ofensivo, algo que pode ser interpretado como racismo, homofobia, algum tipo de preconceito ou ato errado.
A partir daí, alguém grava ou faz um print disso e começa a marcar pessoas famosas e expor o perfil da pessoa ou da empresa que considera que errou. Em horas, já vira um turbilhão e o linchamento está feito. Pessoas e empresas acabam perdendo contratos, perdendo seguidores, perdendo negócios e tendo a reputação jogada na lama.
O que poderia ser uma reação, uma espécie de escudo de defesa das minorias acabou se tornando um tribunal impiedoso de destruir pessoas e empresas. Sem qualquer direito de defesa, de reação. Acaba sendo uma espécie de ditadura, de opressão.
Além disso é algo que reduz a liberdade de expressão, é um silenciamento de quem pensa diferente. Não estou defendendo quem comete crimes, quem é intolerante. Não é nada disso. Pessoas que fazem isso merecem ser responsabilizadas. Agora, não dá para defender injustiças em nome de uma justiça virtual, de ações de justiceiros cibernéticos, um tipo de cangaço virtual.
Às vezes é apenas um comentário sem maldade, uma ação de brincadeira dentro de um ambiente de amigos e que acaba sendo levado à uma dimensão tão grande que transforma a pessoa num monstro perante a sociedade.
Cantores, atores, políticos, empresários, cientistas têm sofrido na pele o que é isso. A cultura do cancelamento tem gerado mais injustiças do que as supostas injustiças que se tenta combater.