DIÁRIO DE UMA MESTRANDA
Cursar mestrado não está sendo a maravilha que eu gostaria que fosse. Não. Mas também ninguém me disse que era, rs. Mas isso não é novidade pra mim, foi assim na graduação, depois na especialização, etc. Saí de um Técnico em Contabilidade (curso acessível à época do meu segundo grau) e depois de 17 anos fui parar no curso de Letras. Já tinha até desistido do sonho da formação superior.
Nunca pude me dedicar aos estudos como gostaria, e por isso a sensação que me acompanha, ao longo do meu percurso formativo, é de estar sempre correndo para alcançar o ritmo dos outros. Sinto falta da bagagem intelectual e leituras necessárias para melhor domínio discursivo e facilidade para discorrer sobre meu objeto de pesquisa. Mas o acúmulo de atribuições me deixam sem escolha, é correr ou ficar. Então eu corro, e corro demais! E tem dias que bate um cansaço, daqueles dias em que cogito desistir. E então eu choro e depois passa.
O mestrado exige tempo, leitura, escrita, reescrita, orientação... e tudo de novo e de novo... cursar as disciplinas, cumprir estágio e participar de grupos de estudo é fichinha diante do desafio da escrita acadêmica. Escrever é que são elas! “Muda aqui”, “isso não tá bom”, “escreva normalmente”, “de onde você tirou isso?”... são frases que ouço da minha orientadora, que seja como for vai fazer brilhar a pesquisadora que habita em mim.
A cada seção que concluo, me sinto, de certo modo, reanimada. Às vezes nem acredito que já estou tão perto do título! Cheguei nas considerações finais... ufa! (Inclua-se em meio a todo o caos interior, a pandemia que atravessou meu curso. Difícil para todo mundo, eu sei).
Acho que o cansaço me deixa mais vulnerável. Só de pensar que daqui a alguns dias estarei enviando pra banca a versão final do texto, já tenho vontade de chorar.
E então eu choro.