Mãos vazias
Mãos vazias
Não carrego nada nas mãos...
E diariamente descarrego da memória tudo o que entra.
Tenho controle do que pegar com as mãos, não tenho controle do que se apossa da minha memória.
Se sou controlada o suficiente pra com as mãos pegar nada? Não ainda não... estou me educando. Mas já sou educada o suficiente pra pegar e largar imediatamente.
Não me deixo pegar gosto pelas coisas.
Nem deixo que elas se sintam à vontade comigo.
Assim, quando as largo de imediato não há maldade.
Não há sofrimento de nenhum lado.
Vapt-vupt... e tudo acabado.
Há gente que se agarra a tudo, ou a muita coisa, ou a qualquer coisa, ou a alguma coisa... não consegue se desprender... ser desprendida... vive presa a tudo na vida, inclusive na vida.
Um medo danado de perder a própria vida.... tststs há maior ironia? Já perdeu...
Um conselho: que essa gente faça como eu: seja blindada... desapegada.
Agora, com a memória é outra história... entra o que quer, beleza! Senta-se à mesa, como se fosse o convidado especial.
Mal sabe que é penetra. E penetra só faz mal.
Não deixo ficar muito tempo... tempo pra se acostumar, pra me acostumar?
Não... não... Abro a porta e xô, xô...
Entre todas as coisas da vida que aprendi que realmente importa?
É mostrar que não se importa...