NÃO FURTAR
EMMANUEL / CHICO XAVIER
Diz a Lei: “não furtarás”.
Sim, não furtarás o dinheiro, nem a fazenda, nem a veste,nem a posse dos semelhantes.Contudo, existem outros bens que desaparecem, subtraídos pelo assalto da agressividade invisível que passa, impune, diante dos tribunais articulados da terra.Há muitos amigos que restituem honestamente a moeda encontrada na rua, mas que não se pejam de roubar a esperança e o entusiasmo dos companheiros dedicados ao bem, traçando telas de amargura e desânimo, com as quais favorecem a vitória do mal. Muitos respeitam a terra dos outros, entretanto, não hesitam em lhes dilapidar o patrimônio moral, assentando contra eles a maledicência e a calúnia. Há criaturas que nunca arrebataram objetos devidos ao conforto do próximo, contudo, não vacilam em lhes surrupiar a confiança.E há pessoas inúmeras que jamais invadiram a posse material de quem quer que seja, no entanto, destroem, sem piedade, a concórdia e a segurança do ambiente em que vivem, roubando o tempo e a alegria dos que trabalham.
“Não furtarás” – estatui o preceito divino.
É preciso, porém, não furtar nem os recursos do corpo, nem os bens da alma, porquanto a conseqüência de todo furto é prevista na Lei.
IMAGEM:O TRONCO-PELOURINHO
JEAN-BAPTISTE DEBRET
1768/1848