No descansar das horas
*******
No descansar das horas
Daquele relógio de parede
Parecendo solitário
Sem decoração
Vai adivinhando tudo
O que se passa em cada coração
Rezas no silêncio são ouvidas
E as horas choram
No silêncio dos olhos quase secos
Salas, quartos, janelas
Estão todas parecidas
E o amor desfila alí
Passando despercebido
Nos olhos turvos de lágrimas
As vezes sem razão de ser
E as horas já cansadas agora
De não serem vividas
Se derramam pela parede
De dia, de tarde, e no anoitecer
E não chorem em vão
Deus vê cada coração!
Sempre serão saudades
Até o choro desconhecido
E a caminhada vai se fazendo
E os passos nem foram perseguidos
Muitas vezes nem estamos entendendo
E o lençol branco que cobre o amor
Também cobre o corpo da alma
Que se foi
Tudo desenhado se derrama do universo
E a vida vai se fazendo em cada verso
E não tema, não tente rasurar
O desenho que vem do céu
Tudo aqui nesta vida está sob véu
E não chores por não entender
Logo alí, na passagem dos dias
Irás compreender
Uma boca com fome
Uma boca saciada
Ambas caminham
Na vida planejada
Sempre assim, nada some
Descanse sua mente
Olhe o céu, as flores
Tudo passa calmamente
Tranquilize seus temores
O amor é a mola mestra
Do mundo
E assim vamos aprendendo,
Ainda bem
Nossa alma tem que agradecer
Não é preciso padecer
E no dia a dia a felicidade
Se faz
É preciso que vejamos
Nosso ser profundo planeja
E vem aqui concretizar
Assim é!
Preste atenção no verbo amar
Nem é preciso rimar
Só prestar atenção
Nas horas, agora descansadas
No relógio
Aquele que não tinha decoração
E agora se faz dourado
Na parede branca da vida
Porque temos Amor!