Reações

Em algum momento você entende ou seja lá o que é entender, algo acontece para que você já não se importe mais com suas próprias reações. Elas estarão lá, fazendo o que lhe é próprio fazer. Mas, há também você ou esse outro você, a ver tudo isso e que toma-lhe pela mão e vai para outras paragens.

Por vezes, você também se doa mais um pouco para estas que em você são tomadas por reações, mas o tempo nelas, se reduz e é como decidir ir a algum lugar e depois voltar para casa. Simples assim. Você vai, cumpre o que era esse passeio e depois volta. Não há mais luta, não há mais entrave nessa ida ou vinda, só há você, indo e vindo. E nem sempre com justa causa muito bem explicada. Só vai e faz o que lhe cumpre fazer. Os desconfortos e/ou emoções envolvidas, serão sentidos todos, mas isso você já sabe e vai porque é impelido a isso e tudo bem, sabe também da hora do retorno.

Os nomes, conceitos e obrigações no sentido de: "tem que se voltar para dentro, tem que ser você mesmo, tem ou precisa", perde a energia. Não que você não veja valor nisso e nem acredite que esse seja o caminho. Mas, é como um cansaço de ver a flor e dizer: é flor, repetidas vezes. Parece que o "real ser da flor", perde o sentido. É como também dizer: "pare de falar e não macule mais o meu silêncio". "Pare de dizer algo que não se diz, você não sabe porque você não vive, então, pare". "Apenas deixe ser e só, mais nada".

Parece que a flor deixa de ser flor quando pronunciamos: é flor. E isso é destrutivo demais, sufoca, agride, é abuso de alma, sei lá. Agredimos com nossas definições, conceitos e orientações a alma alheia.

Entrar descalço no coração do outro é coisa rara. E isso só se faz quando abraçamos nosso fiel escudeiro grudado nesses conceitos todos. Esse escudeiro é como um aspecto que nasceu para cortar qualquer coisa que esteja inteira. Essa é sua natureza. Não é a palavra em si, não é o conceito ou a ideia. Não é o racional, a mente ou mesmo os intelectualismos. Estes todos são apenas representantes desse aspecto. E estes representantes podem ser usados para outros fins, mas para isso, requer abrir mão de muita coisa e requer que reconheçamos antes, esse escudeiro que é guardião, se assim posso dizer, disso tudo.

Sim esse escudeiro é destrutivo, está aí para isso mesmo. Contudo, quando não sabemos dele, vamos despejando destruição para todo lado disfarçada de boas intenções ou intelectualismos sustentados em teorias alheias. Quer coisa mais destrutiva de si mesmo do que se vestir de algo que já foi dito pelo outro. Isso é usar o outro para falar de si, é abuso, é poder disfarçado de consciência.

Quando abraçamos esse escudeiro. É como nos libertar mesmo de tudo isso porque compreendemos nossas reações e todas as reações tornam-se reais, se assim posso dizer, em ser o que são: passeios de certas instâncias nossas, necessitadas de validação ou algo assim. Mas, elas não são mais o centro ou motivo de real importância. O importante e saber-se ali, indo e vindo, com liberdade de ser e estar onde quer estar, sem se importar com gratificações ou punições. O importante é ser e nisso ver-se ou viver o ser criativo que é, tão somente;

Ahhh para que tantas palavras? Para nada, absolutamente nada ou talvez uma tentativa de descrever o que angustia, somente. Mas, de fato mesmo, não se sabe de nada.

🌹Kátia de Souza - 25/06/2021___✍

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