JACAREZINHO:
AS LÁGRIMAS QUE JORRAM NO JACAREZINHO TEM A CÔR RUBRA DA DOR:
Os corpos que jazem entra as vielas que as vilanias dos homens traçou,
São pretas em maioria, tais qual as trazidas em galeões negreiros em idos de horrores,
Há! Que falta fazes Castro Alves nestes tempos atuais,
Tua inspiração a dizer dores teria talvez o poder de levantar consciências e para a luta chamar,
O clamor dos desvalidos deverá ser ouvido,
Chega de omissões, o opressor tem que ser contido,
O braço armado do poder assassino tem que ser impedido,
Brados de revolta se espalharam pela urbe atordoada com tanto descaso criminoso,
A violência nunca será solução, mas a inercia diante da barbárie é também um estimulo a mesma violência, sem reação a violência multiplica-se e vira escravidão,
Nossos caminhos estão marcados por barreiras sociais que devem ser rompidas,
Que Zumbi nos envolva com sua santa revolta, a hora se aproxima e o morro e os guetos não podem mais calar ou tergiversar,
O Brasil deve soltar sua indignação, com as voz das ruas,
Do Oiapoque ao Chuí é necessário gritos em uníssimo,
Chega de mortes, os inocentes bradam pedidos de justiça,
Hoje mães choram seus filhos mártires das injustiças anunciadas,
Aos verdadeiros criminosos, a Lei e a punição como deve ser,
Investigação, comprovação e direito a devesa em todas as instancias,
Os apologistas do arbítrio e seus executores a força da mesma Lei,
Sejam qual e quem for o responsável,
Só o povo e a reação organizada poderá mudar este quadro de descalabro,
A esperança tem que ser o símbolo da nossa luta diária e constante,
Caso contrário deixaremos de ser uma nação livre e nos transformaremos,
] em um grande, imenso território do caos e da morte.
As mães do Jacarezinho e todas as mães Brasileiras,
Meus sentimentos de carinho respeito e verdadeiro amor,
Na esperança que a razão vença as sombras do mal que se espalha qual erva daninha,
A tomar de assalto nossa terra tão sofrida,
Momentos de tristezas profundas, mas temos que continuar e acreditar que é possível mudar,
Fora fascistas de todos os matizes,
A liberdade e a Justiça vencerá.
Valmir Bittencourt.